Investing.com – Após participação no primeiro Investor Day da Azzas 2154 (BVMF:AZZA3), analistas tiveram um olhar mais atento ao potencial de sinergias e às estratégias de crescimento da companhia resultante da integração entre Arezzo&Co e Grupo Soma. A percepção foi positiva, mas ficou mais restrita aos ganhos de receitas, enquanto o foco nas despesas ainda requer mais detalhamento, ressaltaram analistas.
A empresa anunciou ontem metas referentes à primeira fase da combinação e consolidação das sinergias, com a expectativa de atingir R$1,09 bilhão de receitas incrementais em 2027. A receita bruta incremental deve atingir R$54 milhões ainda neste ano, chegando a R$358 milhões em 2025 e R$767 milhões em 2026.
“Numa perspectiva mais qualitativa, saímos do evento encorajados pela impressão de que o relacionamento entre as gerências de ambas as empresas foi cooperativo e tranquilo, com áreas de conhecimento e experiências pessoais bem definidas e complementares, o que acreditamos poder contribuir para melhorias no negócio como um todo”, destacaram os analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) em relatório divulgado a clientes e ao mercado. O GS tem indicação de compra na ação, com preço-alvo de R$74.
O Golman elencou, no entanto, que entre os riscos estariam “potencial canibalização da marca; riscos de execução relacionado a aquisições e ao caminho para margens EBITDA de dois dígitos para empresas internacionais”.
O Itaú BBA, que possui outperform, equivalente à compra, e alvo também de R$74, entendeu que a administração da companhia está focada em drivers de receita neste momento.
“Nesta primeira fase da integração, a Azzas anunciou um potencial de R$1,1 bilhão em receitas incrementais até 2027, concentradas principalmente na marca Hering. Dados os riscos de execução inerentes, acreditamos que os investidores provavelmente precificarão gradualmente esses ganhos à medida que a empresa começar a entregar”, afirmaram os analistas, que consideram a Azzas como top pick em cobertura de vestuário.
A XP (BVMF:XPBR31) considerou o impacto do evento como neutro, e disse que as sinergias mencionadas vieram ligeiramente abaixo do esperado, enquanto metade dos investidores não consideram estas nos modelos. “No entanto, acreditamos que a falta de mais detalhes sobre COGS/SG&A e sinergias tributárias frustrou alguns investidores”, disseram os analistas da XP, que possuem recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de R$70.
As eficiências em gastos gerais e administrativos viriam em uma segunda onda, sendo este o próximo passo, detalhou a XP. “Embora um guidance preciso não tenha sido detalhado, logística, marketing e sourcing são alavancas importantes e já devem ser incorporadas ao orçamento de 2025”, completa.
Às 15h17 (de Brasília), as ações recuavam 4%, a R$51,71.