Investing.com – O banco Bradesco (BVMF:BBDC4) divulga o balanço referente ao segundo trimestre nesta quinta-feira, 03, com conferência de resultados marcada para o dia seguinte. A expectativa de analistas consultados pelo Investing.com Brasil é de aumento na inadimplência, ainda que ela não tenha atingido um pico.
O banco deve registrar um lucro por ação (LPA) de R$0,41 e uma receita de R$29,932 bilhões, segundo a plataforma InvestingPRO, que reúne projeções de diversos analistas.
Fonte: InvestingPRO
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Luan Alves, analista chefe da VG Research, espera um balanço ainda fraco do Bradesco, mas com uma tendência positiva de melhoria em relação ao último trimestre e lucro de R$4,6 bilhões, (12% ROE).
“Esperamos que os bancos tenham fortes margens financeiras principalmente se comparado ao primeiro trimestre. A margem com mercado melhorou (ciclo de queda de juros) e a margem financeira com os clientes também estão no território positivo”, detalha.
No segmento de M&A, a VG ainda enxerga um mercado de capitais pouco aquecido, sem grandes evoluções. Enquanto isso, em relação às despesas, o analista lembra que os bancos estão sendo mais diligentes e espera custos aumentando ligeiramente acima da inflação. O analista aguarda uma deterioração na qualidade da carteira de crédito, com inadimplência próxima do pico, com balanços ainda mais fragilizados para o Bradesco.
A expectativa de Carlos André Vieira, analista de ações do TC, é de resultados relativamente estáveis frente ao trimestre anterior, com leve aumento na inadimplência “Eu falei com RI do banco no trimestre e eles me reportaram que a inadimplência ainda não fez pico nesse segundo tri, deve fazer no terceiro, que é quando a gente vai ter um maior nível de inadimplência de todo o sistema financeiro nacional”, alerta.
A XP (BVMF:XPBR31) estima um lucro líquido recorrente de R$4,537 bilhão, uma retração anual de 36%, mas alta trimestral de 6%. Além disso, a XP projeta uma elevação de 5% na comparação anual e 2,1% na trimestral na carteira de empréstimos, apesar do aumento mais lento nas concessões para PJ. “Acreditamos que o Bradesco apresente um crescimento modesto de 8% A/A na margem financeira (NII) neste trimestre (+6% T/T), impulsionado principalmente pela margem mais forte com clientes”, aponta a XP em relatório, também indicando possível elevação na taxa de inadimplência, passando para 5,8%.
Gabriel Mantovani, operador de renda variável da InvestSmart XP, afirma que o banco enfrenta desafios nos resultados devido à elevada taxa Selic, que está atualmente em 13,75%. “É provável que a taxa de inadimplência aumente consideravelmente no segundo trimestre de 2023, impactando o custo do risco”, reforça.
“Apesar de uma possível melhoria na tesouraria devido ao fechamento da curva no trimestre, ainda não se espera um retorno sobre patrimônio líquido (ROE) normalizado devido aos persistentes desafios relacionados à qualidade de crédito. Portanto, é previsto que o Bradesco registre mais um trimestre de resultados recorrentes em declínio”, lamenta.
Vitorio Galindo, analista de investimentos CNPI e head de análise fundamentalista da Quantzed, concorda que os resultados devem ser fracos, ainda que com melhora em indicadores como ciclagem da carteira de crédito. “Acho que ainda longe do topo de rentabilidade e de lucro do banco, mas já deve ser bem melhor frente ao quarto e primeiro trimestre”.
As ações preferenciais do banco encerraram o pregão desta quarta-feira em alta de 0,30%, a R$16,65.