Investing.com – De acordo com uma reportagem do Wall Street Journal, a Boeing (BVMF:BOEI34) (NYSE:BA) pretende levantar US$ 10 bilhões em novas emissões de ações. Embora esse volume pareça suficiente para atender às necessidades imediatas de liquidez da companhia, analistas do Wells Fargo (BVMF:WFCO34) (NYSE:WFC) alertam que o balanço patrimonial da Boeing "permanece pressionado".
O relatório aponta que a Boeing planeja emitir US$ 10 bilhões em ações, com a flexibilidade de levantar até US$ 25 bilhões por meio de ações ou dívidas nos próximos anos. Esse montante inclui uma possível captação de US$ 4-5 bilhões para a Spirit AeroSystems (NYSE:SPR) em 2025.
Além disso, a Boeing garantiu um novo acordo de crédito de US$ 10 bilhões, que se soma à sua linha de crédito rotativo de US$ 10 bilhões já existente.
Os analistas estimam que, com base nessa captação, o saldo de caixa da Boeing permanecerá acima de US$ 15 bilhões em 2025 e acima de US$ 10 bilhões em 2026, mesmo com cerca de US$ 8 bilhões em dívidas vencendo nesse ano.
Após o aumento de capital de US$ 10 bilhões, os analistas projetam que a dívida líquida da Boeing será de aproximadamente US$ 35-40 bilhões, ou cerca de US$ 55 por ação.
Embora a captação cubra as necessidades de liquidez de curto prazo, os analistas do Wells Fargo acreditam que a "dívida remanescente continua a ser um obstáculo para o desempenho das ações da BA—o pagamento dessa dívida consumiria todo o fluxo de caixa livre que projetamos até o final da década."
Alguns investidores veem essa captação de capital como um "evento de limpeza" que pode gerar um movimento positivo nas ações da Boeing, especialmente porque essa captação já vinha sendo amplamente discutida. No entanto, os analistas do Wells Fargo alertam que ofertas secundárias recentes levaram a um desempenho mais fraco das ações nas semanas seguintes.
“Recomendamos cautela até a divulgação dos resultados na próxima semana, que pode trazer mais clareza sobre o consumo de caixa no curto prazo durante a greve em andamento,” observaram os analistas.
Enquanto isso, os analistas do Bank of America (BVMF:BOAC34) (NYSE:BAC) esperam que a Boeing priorize a emissão de ações primeiro, o que fortaleceria seu balanço no curto prazo, preservando a opção de emitir dívida posteriormente com menor risco de rebaixamento de crédito.
Eles também destacam que o acordo de crédito suplementar de US$ 10 bilhões inclui cláusulas que "podem aumentar a taxa de juros em até 62,5 pontos-base, dependendo da classificação de crédito da Boeing."