Por Tom Hals e Tina Bellon
(Reuters) - A Bayer fechou um acordo de 2 bilhões de dólares para resolver casos futuros que envolvam alegações de que seu herbicida Roundup, amplamente utilizado, causa câncer, disse a empresa alemã nesta quarta-feira.
A companhia vinha trabalhando para concluir o acordo relacionado às alegações de que o Roundup e outros herbicidas à base de glifosato causam linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer. A Bayer herdou o negócio e o litígio como parte da aquisição da Monsanto, em 2018, por 63 bilhões de dólares.
A empresa disse que décadas de estudos mostraram que o Roundup e o glifosato são seguros para uso humano.
O acordo desta quarta-feira prevê a cobertura de futuras reivindicações apresentadas por indivíduos que foram diagnosticados com linfoma não-Hodgkin e estiveram expostos ao Roundup antes do diagnóstico. O acordo também inclui benefícios para pessoas que, tendo sido expostas ao Roundup, desenvolverem o câncer no futuro.
O Roundup, que a Monsanto levou ao mercado pela primeira vez em 1974, é amplamente usado por agricultores nos Estados Unidos e no Brasil, em lavouras geneticamente modificadas para resistir ao seu efeito herbicida.
O glifosato permanecerá no mercado. A Bayer concordou em buscar permissão da Agência de Proteção Ambiental dos EUA para acrescentar um link referencial nos rótulos, para que os consumidores possam encontrar estudos científicos sobre o herbicida.
Pelo plano proposto, a Bayer vai desembolsar 2 bilhões de dólares por um período de quatro anos para compensações e cobertura de assistências diagnósticas. Reclamantes futuros poderão receber até 200 mil doláres com o acordo.
As partes podem concordar em estender o período de vigência do pacto.
O acordo terá de ser aprovado pelo juiz Vince Chhabria, da Corte Distrital de São Francisco, nos EUA.