O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) começa a apresentar nesta quinta-feira, 15, o projeto de privatização da distribuidora de energia elétrica CEB (SA:CEBR3) Distribuição (CEB-D), que opera do Distrito Federal, a potenciais investidores. De acordo com o banco, o edital do leilão deverá ser publicado em 5 de novembro e a sessão pública do certame está prevista para 27 de novembro. Vencerá a disputa o proponente que oferecer o maior valor pela concessionária. O preço mínimo foi definido em R$ 1,423 bilhão.
Entre as empresas que já sinalizaram publicamente interesse em avaliar a aquisição do ativo estão CPFL (SA:CPFE3), EDP (SA:ENBR3) Energias do Brasil, Equatorial (SA:EQTL3) e Neoenergia (SA:NEOE3). A concessionária também faria sentido para a Enel (MI:ENEI), que já opera em Goiás, pelas sinergias que poderiam ser obtidas com as duas concessões. O grupo Energisa (SA:ENGI4) também é citado entre os potenciais interessados.
O roadshow da CEB-D tem início depois que os acionistas da CEB aprovaram, na última terça-feira, a venda da empresa, e depois da realização de uma audiência pública sobre o processo de desestatização. O BNDES abriu uma sala de informações (data room) sobre o processo em agosto.
O BNDES foi contratado para coordenar e executar a privatização da CEB-D em agosto de 2019, tendo em vista que a distribuidora apresentava uma série de inadimplementos com relação a parâmetros regulatórios de qualidade de prestação dos serviços e de robustez econômico-financeira, situação que gera risco de perda da concessão. Caso esse risco se materialize, além de perder a oportunidade de monetização do ativo, haveria perspectiva de ônus para CEB-D da ordem de R$ 1 bilhão, informou o banco.
O BNDES lembrou que diante da perspectiva de descumprimento dos indicadores técnico-operacionais e de sustentabilidade econômico-financeira e como forma de viabilizar a manutenção da concessão, o Ministério de Minas e Energia (MME) concedeu um prazo de três anos, a partir de agosto de 2020, para o equilíbrio da empresa, mas o condicionou à transferência de seu controle.
"O processo é feito visando à transmissão do controle da companhia para um participante capacitado para realizar investimentos e gerar a consequente melhoria na prestação de serviços", declarou o diretor de Privatizações do BNDES, Leonardo Cabral, por meio de nota.
A CEB-D atende mais de um milhão de unidades consumidoras, com cerca de três milhões de pessoas em uma área de 5,8 mil quilômetros quadrados, no Distrito Federal.