Por Eric M. Johnson e Tim Hepher
SEATTLE/PARIS (Reuters) - A Boeing (NYSE:BA) (SA:BOEI34) está reduzindo a produção de seu 787 Dreamliner pela quarta vez em 18 meses, após nenhuma entrega em novembro, de acordo com o vice-presidente financeiro da companhia, Greg Smith, com recentes falhas de produção agravando os atrasos oriundos da crise desencadeada pelo coronavírus.
A redução de seis para cinco jatos por mês ocorrerá em 2021 e segue a queda na demanda por jatos de longo curso.
"Temos um grande número de aeronaves 787 não entregues", disse Smith em uma conferência do Credit Suisse (SIX:CSGN).
As entregas diminuíram ainda mais por causa das inspeções ligadas a falhas de produção do 787 nos últimos meses, que os reguladores dos Estados Unidos estão investigando.
As inspeções de qualidade extra estão demorando mais do que o esperado e continuarão reduzindo as entregas em dezembro, acrescentou o executivo.
A ação da Boeing caía nesta sexta-feira, após alta acentuada na véspera na esteira de um pedido do 737 MAX, que retorna ao serviço neste mês após uma proibição de segurança de 20 meses.
Durante a suspensão do 737 MAX, a Boeing confiou fortemente no 787 para conter a saída de recursos do caixa, mas a demanda por esses modelos de fuselagem larga foi duramente atingida pela pandemia, piorando o excesso de oferta.
A Boeing já havia cortado a produção planejada do 787 três vezes, de um pico de 14 por mês desde meados do ano passado.
Anteriormente, havia aumentado a produção na esperança de chegar a um acordo para fornecer dezenas de jatos para a China, mas as perspectivas diminuíram em meio às tensões comerciais com os EUA, seguidas pela pandemia.