Bolsa de Tel Aviv nega negociações incomuns antes de ataque do Hamas em 7 de outubro

Publicado 05.12.2023, 15:03
Atualizado 05.12.2023, 15:06
© Reuters. Homens passam por painel eletrônico na Bolsa de Valores de Tel Aviv
04/11/2020
REUTERS/Amir Cohen
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Por Steven Scheer

JERUSALÉM (Reuters) - A Bolsa de Valores de Tel Aviv (Tase) disse nesta terça-feira que um relatório de pesquisadores norte-americanos sugerindo que havia investidores em Israel que poderiam ter lucrado com o conhecimento prévio do ataque do Hamas, em 7 de outubro, era impreciso e sua publicação irresponsável.

Uma pesquisa realizada pelos professores de direito Robert Jackson Jr., da Universidade de Nova York, e Joshua Mitts, da Universidade de Columbia, constatou um número significativo de vendas a descoberto de ações -- quando os investidores apostam na queda dos preços dos papeis -- antes dos ataques, que desencadearam a guerra de Israel contra o Hamas.

A atividade, segundo eles, "excedeu as vendas a descoberto que ocorreram durante vários outros períodos de crise", como a crise financeira de 2008 e a Covid-19.

Eles escreveram que no caso do Leumi, o maior banco de Israel, 4,43 milhões de ações vendidas a descoberto no período de 14 de setembro a 5 de outubro renderam lucros de 3,2 bilhões de shekels (859 milhões de dólares).

Mas a Bolsa de Valores de Tel Aviv disse que os autores calcularam mal, já que os preços das ações são listados em agorot, que são semelhantes a centavos, em vez de shekels -- colocando o lucro potencial da venda a descoberto em apenas 32 milhões de shekels.

Yaniv Pagot, chefe de negociação da bolsa, disse que, ao analisar as operações a descoberto no Leumi, houve um aumento de cerca de 4,5 milhões de ações na semana que terminou em 21 de setembro e, depois disso, o número permaneceu estável.

"Não vejo nos dados algo sequer próximo do que eles escreveram no artigo", disse Pagot à Reuters, acrescentando que os pesquisadores não falaram com a bolsa ou com seus membros. "Não havia nada de anormal nas posições vendidas na bolsa de valores nos dois meses anteriores ao ataque."

Mitts disse à Reuters por email que o relatório de 67 páginas já havia sido corrigido, mas que a questão da moeda não afetou a atividade "altamente incomum", identificada pelos pesquisadores, do MSCI Israel Exchange Traded Fund (ETF) -- um ETF referenciado em ações israelenses -- e das opções de venda.

Seu relatório dizia que "a posição de venda a descoberto no MSCI Israel Exchange Traded Fund (ETF) subitamente, e de forma significativa, aumentou" em 2 de outubro, com base em dados da Autoridade Reguladora do Setor Finaneiro (Finra).

Pagot disse que não entendia "a teoria sobre os ETFs".

© Reuters. Homens passam por painel eletrônico na Bolsa de Valores de Tel Aviv
04/11/2020
REUTERS/Amir Cohen

Ele também afirmou que a posição vendida no Leumi foi assumida por um banco israelense não identificado, conhecido pela Tase.

"Sabemos que a conformidade deles é muito rigorosa, portanto, é improvável que uma posição como essa, proveniente de uma organização terrorista, possa passar pela conformidade desse membro para lavagem de dinheiro ou algo parecido", disse ele, referindo-se à especulação da mídia de que o próprio Hamas estaria por trás da venda a descoberto.

O órgão regulador de valores mobiliários de Israel disse que estava ciente do relatório há uma semana e que estava em contato com os pesquisadores, mas se recusou a comentar enquanto investigava a contestação da Tase.

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