O Ibovespa se acomodou pouco acima do limiar de 130 mil pontos nesta segunda-feira, tendo voltado a experimentar a casa dos 131 mil na máxima da sessão, na qual houve alguma indecisão em Nova York - embora, ao final, em novas máximas de fechamento para S&P 500 e Nasdaq -, com o mercado, aqui e fora, chegando a optar por cautela até que se conheça a decisão do Copom e do Federal Reserve, ambas na quarta-feira. Nesta segunda-feira, o índice de B3 (SA:B3SA3) fechou em alta de 0,59%, a 130.207,96 pontos, entre mínima de 129.441,02 e máxima de 131.083,66 pontos, com giro a R$ 31,6 bilhões. No mês, o Ibovespa sobe 3,16% e, no ano, 9,40%.
"A grande curiosidade pelo BC nesta semana não está na magnitude do ajuste na Selic, mas, sim, se manterá o ritmo de 0,75 ponto porcentual para frente, se haverá ajuste na comunicação. Em relação à última reunião do Copom, temos um cenário de inflação mais complicado, com revisões para cima das expectativas para 2021. O que traz mais preocupação agora é 2022, a necessidade de reduzir o risco de ficar fora da meta (de inflação) no próximo ano", diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.
Além da expectativa pelas decisões e, especialmente, pela orientação das políticas monetárias no Brasil e nos Estados Unidos, a leitura abaixo do previsto para o IBC-Br em abril e o adiamento da entrega de vacinas pela Janssen contribuíram, nesta segunda-feira, para mitigar o entusiasmo em torno da antecipação, em um mês, do cronograma de vacinação no Estado de São Paulo, anunciado no domingo pelo governador João Doria no dia seguinte a uma grande 'motociata' liderada pelo presidente Jair Bolsonaro, entre a capital e Jundiaí.
"O resultado (do IBC-Br) veio abaixo do consenso, mas não reverte nossa visão de recuperação relativamente rápida da economia, porque a surpresa, negativa, deve-se majoritariamente a ajustes na série histórica pelo BC. Por isso, não prejudicou o viés da Bolsa", diz Paula Zogbi, analista da Rico Investimentos.
Por outro lado, a vacinação, por mais envolta que esteja na disputa política, é vista pelo mercado como fundamental para acelerar a recuperação econômica e a normalização das atividades, a exemplo do que se tem visto nos países em que avançou mais, como Estados Unidos, Reino Unido e Israel.
Nesta abertura de semana na B3, o dia foi favorável às ações de empresas com exposição à reabertura da economia, como Cogna (SA:COGN3) (+9,45%), na ponta do Ibovespa, à frente de Locaweb (SA:LWSA3) (+6,24%) e de B2W (SA:BTOW3) (+5,10%). No lado oposto, Gerdau (SA:GGBR4) PN (-2,73%), Gerdau Metalúrgica (SA:GOAU4) (-2,30%) e Braskem (SA:BRKM5) (-1,66%).
Além de siderurgia, a sessão também foi majoritariamente negativa para outros setores de peso no índice, como commodities (Vale ON (SA:VALE3) -0,54%, Petrobras ON (SA:PETR3) -0,14%) e bancos (Bradesco (SA:BBDC4) PN -0,43%, Itaú (SA:ITUB4) PN -0,34%).
As ações de Eletrobras (SA:ELET3) (PNB -0,07%, ON -0,18%) continuam a flutuar em função da MP que dispõe sobre a privatização da empresa.
"Ficou para dia 16, quarta-feira, a votação da medida provisória, no Senado. A Eletrobras vinha de alta substancial desde maio, com a expectativa pela privatização, desde a aprovação da MP na Câmara. As críticas ao processo, que apareceram no Senado, podem acabar por desidratar a proposta, o que arrefeceu o ânimo do mercado - e explica a queda na ação, que tem se mostrado mais lateralizada", diz Davi Lelis, sócio da Valor Investimentos.