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Bolsa fecha em baixa de 2,72%, com perda de 7,22% na semana e de 0,69% no mês

Publicado 30.10.2020, 15:00
© Reuters.  Bolsa fecha em baixa de 2,72%, com perda de 7,22% na semana e de 0,69% no mês
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O Ibovespa entregou o que ainda tinha de ganhos no mês nesta última sessão de outubro ao fechar em baixa de 2,72%, aos 93.952,40 pontos, acumulando perda de 7,22% na semana, o pior desempenho desde o tombo de 18,88% entre 16 e 20 de março, o intervalo que precedeu o início da quarentena. Com as perdas acumuladas em cinco das últimas seis sessões, o índice da B3 (SA:B3SA3) passou de ganho de 7,73% até o fechamento da quinta passada para uma baixa de 0,69% em outubro, após recuos de 4,80% em setembro e de 3,44% em agosto. No ano, a retração volta agora a 18,76%.

Pouquíssimas ações conseguiram se desgarrar do mau humor nesta sexta-feira - entre as componentes do Ibovespa, apenas Telefônica Brasil (+0,93%), IRB (SA:IRBR3) (+0,49%) e Rumo (SA:RAIL3) (+0,05%) fecharam o dia em alta. Na ponta do Ibovespa, B2W (SA:BTOW3) cedeu nesta sexta 8,97%, após resultados trimestrais, seguida por Hering (SA:HGTX3) (-6,80%), Via Varejo (SA:VVAR3) (-5,97%), Lojas Americanas (SA:LAME4) (-5,91%) e Gol (SA:GOLL4) (-5,54%). As perdas também se disseminaram por commodities (Petrobras PN (SA:PETR4) -1,81%, Vale ON (SA:VALE3) -2,37%), siderurgia (Gerdau (SA:GGBR4) PN -3,07%), bancos (Santander (SA:SANB11) -4,01%) e utilities (Eletrobras PNB (SA:ELET6) -2,82%). Reforçado, o giro da sessão totalizou nesta sexta R$ 32,9 bilhões.

"Esta guinada para baixo nas últimas sessões reflete a necessidade de se colocar na planilhas a segunda onda de Covid", um cenário que por volta de agosto perdia força, mas que, com as novas medidas de distanciamento social adotadas nesta semana em grandes economias europeias, como a alemã e a francesa, por fim se materializou, aponta Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. O prolongamento da pandemia, cortando a recuperação que vinha em curso no hemisfério norte, é algo que não tem como deixar de voltar a ser "colocado no preço" dos ativos, observa o estrategista. "A vacina, quando de fato vier, será uma baita notícia, e aí sim a resposta do mercado tende a ser forte."

Até lá, o investidor com exposição a risco precisa se sentir confortável com volatilidade nos níveis que se viu este ano, a qual acaba oferecendo oportunidades de entrada, especialmente para os que mantêm perspectiva de longo prazo. "Há dificuldades imediatas, como a definição do Renda Cidadã e a situação fiscal, e uma taxa de desemprego elevada, que tende a piorar quando os beneficiários do auxílio voltarem a procurar trabalho. Mas, se olharmos um ou dois anos à frente, a orientação da economia ainda é correta", acrescenta.

No curto prazo, o estrategista considera que, a depender do desenlace da eleição americana - se haverá contestação ou não do resultado - e de como será definido - passada a eleição municipal - o auxílio à renda a partir de 2021, uma nova rodada de aversão a risco, como a de setembro, pode vir a se impor, após o Ibovespa ter chegado a mostrar bom desempenho em outubro, com os balanços do terceiro trimestre.

Mais uma vez sacudido desde o exterior, onde prevaleceu nesta última sessão da semana a decepção com os resultados trimestrais das gigantes de tecnologia americanas, a poucos dias da eleição nos EUA e com feriado na segunda-feira no Brasil, a aversão a risco se impôs desde cedo nesta sexta-feira.

"A volatilidade vai prosseguir e com tantas incertezas, como a segunda onda de Covid na Europa e a eleição nos EUA, o investidor evita ficar comprado, em meio a tamanho nervosismo", observa Márcio Gomes, analista da Necton Investimentos, acrescentando que o prolongamento da pandemia desenha uma recuperação em W e não mais em V. "Graficamente, abaixo de 93,4 mil, abre espaço para o Ibovespa ir aos 90 mil pontos. O viés é negativo."

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