As bolsas de Nova York fecharam o pregão desta segunda-feira, 22, sem direção única, em quadro de compasso de espera por novas negociações do teto da dívida dos Estados Unidos, agendadas para esta noite. Investidores também monitoraram falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sobre aperto monetário no país e acordos de empresas dos EUA.
O Dow Jones caiu 0,42%, aos 33.286,55 pontos. Pesaram sobre o índice papéis do JPMorgan (NYSE:JPM) (-0,83%), Goldman Sachs (NYSE:GS) (-0,38%) da Nike (NYSE:NKE) (-3,97%), esta última após uma reportagem do The Guardian revelar que a empresa pode ser multada em até US$ 530 milhões por violações no modo como classificou trabalhadores terceirizados mundialmente.
Já o S&P 500 subiu 0,02%, aos 4.192,68 pontos, e o Nasdaq, apoiado por empresas de tecnologia, avançou 0,50%, aos 12.720,78 pontos.
Entre os destaques, Alphabet (NASDAQ:GOOGL) ganhou 1,87%, a Microsoft (NASDAQ:MSFT) avançou 0,89% e a Meta teve alta de 1,09%, apesar da controladora do Facebook (NASDAQ:META) ter sido pontualmente pressionada por sofrer multa recorde na União Europeia, no valor de 1,2 bilhão de euros, acusada de violar regras de privacidade.
Analista da Oanda, Edward Moya observa que a esperança de um acordo sobre o teto da dívida americana foi o driver principal deste pregão. Contudo, ele alerta que o risco de um calote ainda "está sobre a mesa". "Neste caso, veríamos uma reação imediata de baixa e um atraso de um mês nos pagamentos que causaria um grande impacto no PIB Produto Interno Bruto de cerca de 0,5 ponto porcentual", avalia.
O presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Kevin McCarthy, retomarão ainda nesta segunda as negociações sobre o teto da dívida, às 18h30 (de Brasília). Segundo McCarthy, seria possível alcançar um acordo entre esta segunda e a terça, o que possibilitaria aprovar o aumento antes de 1º de junho.
No setor bancário, o salto do PacWest (+19,55) apoiou pares regionais e outros grandes bancos americanos, seguindo o anúncio da venda de 74 empréstimos para construção de imóveis, no valor de US$ 2,6 bilhões, para uma subsidiária da Kennedy-Wilson Holdings. Assim, o Western Alliance (NYSE:WAL) avançou 10,31%, o Metropolitan Bank teve alta de 9,92%, o Wells Fargo (NYSE:WFC) ganhou 2,37% e o Bank of America (NYSE:BAC) subiu 0,82%.
Empresas de microchips americanas foram abaladas, após a China proibir a compra de produtos da Micron Technology (-2,85%) por empresas locais, alegando "riscos à segurança nacional". Nvidia e Qualcomm cederam 0,28% e 0,55%, respectivamente, enquanto a Intel (NASDAQ:INTC) ganhou 1,17%.
Ainda no radar, investidores acompanharam falas de dirigentes do Fed, sinalizando aperto monetário por mais tempo.
Pela manhã, Neel Kashkari (Minneapolis), destacou a dificuldade da próxima decisão, enquanto James Bullard (St. Louis) trouxe possibilidade de mais duas altas. À tarde, Thomas Barkin (Richmond) evitou antecipar qual seria sua decisão do mês que vem, apontando que muitos dados ainda serão divulgados. Raphael Bostic (Atlanta) voltou a indicar apoio a uma pausa no aperto monetário em junho, para avaliar os efeitos defasados da escalada de juros dos últimos meses.