Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou o primeiro pregão da semana com o seu principal índice praticamente estável, após quatro altas seguidas, com o recuo nos papéis do Bradesco (SA:BBDC4) e da Vale ofuscando o avanço das ações das Petrobras (SA:PETR4), em meio ao quadro externo sem tendência clara.
O Ibovespa subiu 0,02 por cento, a 48.150 pontos, renovando máxima desde 9 de outubro. O giro financeiro totalizou 5,9 bilhões de reais.
Wall Street não mostrou uma tendência firme nesta segunda-feira, com o S&P 500 firmando-se no vermelho à tarde, em meio à cautela antes do feriado do Dia de Ação Graças no final da semana.
A sessão na bolsa paulista, principalmente a parte da manhã, foi marcada por ajustes ao movimento dos ADRs (recibos de ações negociados nos Estados Unidos) brasileiros na sexta-feira em Wall Street, quando não houve negociação no pregão local em razão do feriado do Dia da Consciência Negra.
DESTAQUES
=PETROBRAS fechou com as ações preferenciais em alta de 3,06 por cento e os papéis ordinários com avanço de 3,58 por cento, ainda sob efeito da repercussão de eventual reforço na estrutura de capital da empresa, além de divulgação pela companhia de que a extração de petróleo e gás no Brasil está se normalizando após a maioria das entidades sindicais ter aprovado o encerramento da greve dos petroleiros. A volatilidade do petróleo e ajustes ao avanço dos ADRs da estatal na sexta-feira serviram de pano de fundo para a alta.
=SABESP subiu 5,57 por cento, liderando as altas do Ibovespa, na sexta sessão consecutiva de avanço, em meio a dados da companhia de água e saneamento paulista mostrando elevação do nível dos mananciais da grande São Paulo (Veja mais aqui:http://bit.ly/1Ozcw1g) e expectativas mais otimistas para os reservatórios em razão do El Niño.
=SUZANO PAPEL E CELULOSE subiu 3,88 por cento, também entre as maiores altas, ajudada por relatório do Bank of America Merrill Lynch destacando a ação como sua nova "top pick", em avaliação positiva sobre o setor de papel e celulose como um todo. A concorrente FIBRIA, que informou ter fechado as comportas que captam água do Rio Doce para sua fábrica no Espírito Santo, subiu apenas 0,87 por cento. No mês, a Suzano (SA:SUZB5) acumula ganho de 12,4 por cento e Fibria (SA:FIBR3) alta de 3,31 por cento.
=VALE fechou em queda de 2,55 por cento nas preferenciais de classe A e de 2,66 por cento nos papéis ON, em meio a novo declínio dos preços do minério de ferro na China, para perto da mínima histórica, além dos ajustes dos ADRs, que recuaram em Nova York na última sexta-feira. Os papéis também seguem pressionados por incertezas ligadas ao desastre com o rompimento de barragens em Minas Gerais de sua subsidiária Samarco Mineração.
=BRADESCO caiu 0,98 revertendo os ganhos da abertura, quando reagiu a ajustes iniciais aos ganhos de seus ADRs na sexta-feira, em meio a movimentos de realização de lucros após alta de quase 9 por cento na semana passada.
=ALPARGATAS, que não faz parte do Ibovespa, caiu 8,02 por cento nas ações preferenciais, na maior queda diária desde outubro de 2008, após a Camargo Corrêa vender sua participação de controle da fabricante das sandálias Havaianas para a J&F Investimentos, por 2,67 bilhões de reais. Desde que a Camargo Corrêa anunciou no início de outubro que analisava oportunidades para a Alpargatas (SA:ALPA4), o papel preferencial da empresa subiu quase 45 por cento até o último pregão da semana passada. A ação ordinária da Alpargatas fechou em alta de 0,7 por cento.