Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista abandonava a tentativa de recuperação e o Ibovespa recuava mais de 1 por cento na tarde desta sexta-feira, abaixo de 85 mil pontos, contaminado pelo cenário externo negativo, em sessão também repleta de resultados corporativos.
Às 15:14, o Ibovespa caía 1,55 por cento, a 84.294,38 pontos, depois de subir 0,7 por cento no melhor momento da sessão. O volume financeiro somava 9,8 bilhões de reais.
Se o movimento de queda se mantiver até o fechamento da sessão, este será o quarto pregão seguido de queda e deve levar o principal índice de ações da bolsa paulista a interromper a sequência de cinco semanas em alta.
No exterior, preocupações com o crescimento global endossavam a correção negativa nos mercados acionários, um dia após o banco central dos Estados Unidos reiterar seu plano de aperto gradual da política monetária norte-americana.
Em Wall Street, o S&P 500 perdia 1,1 por cento.
Na visão do gestor Frederico Mesnik, sócio-fundador da Trígono Capital, o pregão brasileiro foi contaminado pelo viés mais vendedor em Nova York, em razão de preocupações com uma eventual aceleração no ritmo de alta dos juros nos EUA.
"Ao mesmo tempo, não houve fatos novos sobre a transição de governo, principalmente em relação às reformas, como a da Previdência", acrescentou.
No mês passado, o Ibovespa acumulou alta de 10,2 por cento.
DESTAQUES
- VALE (SA:VALE3) perdia 4,72 por cento, respondendo pela maior pressão negativa do Ibovespa, contaminada pelo viés externo desfavorável, que derrubou papéis de outras mineradoras na Europa, em meio a preocupações com o crescimento da economia da China.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) recuava 2,45 por cento, em meio ao declínio do petróleo no exterior, com o noticiário do final da quinta-feira trazendo que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou o pagamento à empresa de 1,04 bilhão de reais em subsídios ao diesel.
- KROTON (SA:KROT3) recuava 4,06 por cento, uma vez que a companhia de ensino teve queda de 16,9 por cento no lucro líquido ajustado do terceiro trimestre, pressionada pelo aumento dos níveis de depreciação derivado dos investimentos maiores, bem como por queda na receita e despesas mais altas.
- CYRELA ON (SA:CYRE3) caía 3,2 por cento, tendo de pano de fundo o salto no prejuízo líquido no terceiro trimestre para de 121 milhões de reais divulgado pela construtora, com itens não recorrentes e custos maiores de incorporação ofuscando a forte geração de caixa.
- QUALICORP ON (SA:QUAL3) caía 1,65 por cento, revertendo os ganhos do começo do pregão, após a administradora de planos de saúde coletivos reportar que o lucro líquido do terceiro trimestre foi 1,1 por cento menor em relação ao mesmo período de 2017.
- ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) e BRADESCO PN (SA:BBDC4) recuavam 0,78 e 0,80 por cento, respectivamente, enquanto BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) perdia 1 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) caía 0,5 por cento.
- NATURA ON (SA:NATU3) subia 7,3 por cento, após a fabricante de cosméticos divulgar na véspera lucro líquido consolidado de 132,8 milhões de reais no terceiro trimestre, mais que o dobro do resultado de um ano antes, impulsionado por despesas financeiras menores e firme resultado operacional.
- B3 (SA:B3SA3) operava com variação positiva de 0,04 por cento, após divulgar alta de quase 40 por cento no lucro líquido de julho a setembro. A B3 também assinou proposta vinculante para comprar 75 por cento da BLK Sistemas Financeiros, especializada em telas e algoritmos de negociação.