Por Paula Arend Laier
(Reuters) - O mercado acionário brasileiro não mostrava uma tendência clara na manhã desta segunda-feira, diante da ausência de uma direção única do ambiente financeiro externo e com agentes financeiros na expectativa do julgamento em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta semana.
As ações da Eletrobras eram destaque positivo na sessão, após o Palácio do Planalto enviar para o Congresso Nacional projeto de lei que prevê a desestatização da companhia.
Às 11:29, o Ibovespa subia 0,04 por cento, a 81.255 pontos, depois de renovar máxima histórica intradia a 81.436 pontos. O volume financeiro do pregão era de 1,05 bilhão de reais.
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região julga na quarta-feira recurso do ex-presidente Lula, condenado à prisão em primeira instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Se condenado novamente, pode ficar inelegível.
Apesar de a perspectiva de que o ex-presidente possa se tornar inelegível – e, com isso, ampliar as chances de vitória de um candidato do centro – animar os mercados, conforme notou a equipe da consultoria Rosenberg Associados, em nota a clientes, alguns operadores não descartam cautela com a proximidade da decisão, principalmente antes de feriado na cidade de São Paulo.
Também no radar estava a paralisação do governo norte-americano, dado o impasse entre republicanos e democratas sobre a aprovação de gastos de curto prazo.
No exterior, as bolsas da Europa oscilavam no positivo, com o índice FTSEurofirst 300 em alta de 0,2 por cento, mas os futuros acionários em Wall Street e o petróleo mostravam alguma debilidade.
DESTAQUES
- ELETROBRAS ON (SA:ELET3) subia 10 por cento e ELETROBRAS PNB (SA:ELET6) avançava 7,97 por cento, após envio ao Congresso Nacional de projeto de privatização que prevê, entrou outras questões, a capitalização da empresa por meio de uma oferta de novas ações.
- BRASKEM PNA (SA:BRKM5) avançava 2,23 por cento, após a Petrobras divulgar na sexta-feira que conversas com a Odebrecht para revisar o acordo de acionistas da petroquímica evoluíram para uma reorganização societária com unificação das espécies de ações da empresa.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) caía 0,22 por cento, mas PETROBRAS ON (SA:PETR3) operava estável, tendo ainda no radar o enfraquecimento dos preços do petróleo no mercado internacional.
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) ganhava 0,78 por cento, liderando os ganhos de bancos do Ibovespa, tendo como pano de fundo melhora da recomendação de seus papéis pelo JPMorgan para 'overweight' e elevação do preço-alvo para 42 reais.
- SUZANO PAPEL E CELULOSE (SA:SUZB3) cedia 0,47 por cento, após se valorizar mais de 10 por cento na semana anterior. No setor, Fibria (SA:FIBR3) subia 1,25 por cento e Klabin (SA:KLBN11) avançava 0,69 por cento.
(Por Paula Arend Laier)