SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa fechou com leve valorização nesta terça-feira, com as atenções dos investidores se dispersando entre resultados corporativos trimestrais, o desempenho das bolsas em Nova York e o cenário político doméstico.
Após ter ensaiado uma alta mais robusta no começo do dia, o Ibovespa perdeu força e fechou a sessão com variação positiva de 0,09 por cento, a 57.689 pontos. O giro financeiro do pregão somou 5,5 bilhões de reais.
Durante o pregão, índice chegou a subir 0,8 por cento, renovando a máxima intradia desde maio do ano passado.
A expectativa pela votação do projeto de renegociação da dívida dos Estados com a União, na Câmara dos Deputados, e a sessão para votar no Senado a pronúncia da presidente afastada Dilma Rousseff, uma das etapas do processo de impeachment, seguiram no radar do mercado.
Como nenhum dos assuntos foi votado até o final do pregão, os negócios acabaram tendo referência maior nas bolsas norte-americanas, que também fecharam no azul, mas com menor intensidade do que mais cedo, após queda do preço do petróleo.
Em relatório, a equipe de analistas da Guide Investimentos afirmou que as sinalizações dos bancos centrais no exterior seguem contribuindo para sustentar os mercados, apesar de um cenário desafiador em termos de crescimento e inflação.
DESTAQUES
- USIMINAS (SA:USIM5) teve o segundo melhor desempenho do Ibovespa, com alta de 3,26 por cento, em dia positivo para o setor de metais. Após o fim do pregão, a empresa informou que trabalha para alcançar lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de no mínimo 1,2 bilhão de reais em 2017 para fazer frente a obrigações financeiras e investimentos.
- VALE ganhou 1,59 por cento nas preferenciais, com os contratos futuros de minério de ferro na China subindo a novas máximas de dois anos antes de reduzir ganhos. A Vale (SA:VALE5) divulgou que os investimentos este ano devem ficar entre 5,5 bilhões e 6 bilhões de dólares.
- SMILES recuou 1,86 por cento, mesmo após divulgar lucro no segundo trimestre 38 por cento maior do que o apurado no mesmo período de 2015.
- PETROBRAS recuou 0,25 por cento nas preferenciais e 0,51 por cento nas ordinárias, na esteira do recuo dos preços do petróleo no exterior. A companhia divulga seus resultados do segundo trimestre na próxima quinta-feira.
- VIA VAREJO, que não faz parte do Ibovespa, cedeu 3,8 por cento, após anúncio de que vai combinar seus negócios com a Cnova no Brasil, o que deve gerar milhões em economias logísticas. Analistas da Brasil Plural (SA:BPFF11) afirmaram que as condições do negócio não são tão favoráveis para acionistas da Via Varejo (SA:VVAR11). "De acordo com nossas estimativas, Cnova Brasil será avaliada... próximo do múltiplo corrente de B2W (SA:BTOW3), que já acreditamos ser caro devido ao problema atual nas operações", escreveram em e-mail a clientes.
- GRUPO PÃO DE AÇÚCAR, que controla Via Varejo, fechou com variação positiva de 0,02 por cento.
- ITAÚSA recuou 0,12 por cento, após divulgar avanço de 18 por cento no lucro do segundo trimestre ante o mesmo período de 2015.
--SUZANO e FIBRIA recuaram 1,45 e 1,18 por cento, respectivamente, após os preços semanais da celulose de fibra curta, medidos pela consultoria Foex, caírem na China e na Europa. "O mercado de celulose segue pressionado, com demanda ainda tímida nos principais mercados e renegociações por conta da desvalorização cambial", afirmou a Guide Investimentos.
(Por Aluísio Alves)