Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista fechou em alta nesta segunda-feira, impulsionado pelo cenário externo mais favorável a ativos de risco e tendo as ações de bancos, siderúrgicas e mineradoras em destaque de alta, mas ainda em um ambiente de cautela com o cenário político.
O Ibovespa fechou em alta de 1,8 por cento, a 62.188 pontos. A sessão foi marcada por baixo volume financeiro, que somou 5,75 bilhões de reais, muito inferior à média diária para junho até sexta-feira, de 8,11 bilhões de reais.
Os investidores aproveitaram a sessão positiva para commodities no exterior e com notícias favoráveis dn Europa para recuperar parte das perdas recentes. Na Alemanha, a confiança empresarial subiu para máxima recorde, enquanto a Itália iniciou o processo de liquidação de dois bancos no país, visto como um passo importante para o governo italiano sanear o sistema bancário.
"Essa sessão foi de alguma recuperação depois da semana passada bem pesada... Mas não tem nenhuma notícia muito boa para comprar", disse o analista da Um Investimentos Aldo Moniz.
O movimento abre a semana tende a ser marcada por mais volatilidade diante da aguardada apresentação de denúncia pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer, disseram operadores.
Temer é alvo de inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa, em investigação que tem como base a delação do executivo da JBS (SA:JBSS3) Joesley Batista.
DESTAQUES
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) subiu 4,51 por cento, ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) avançou 2,82 por cento, BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) teve ganhos de 5,85 por cento --melhor desempenho do Ibovespa-- e SANTANDER UNIT (SA:SANB11) teve alta de 2,24 por cento, em uma sessão positiva para o setor bancário. Segundo operadores, a expectativa por acordos de leniência com bancos no âmbito da operação Lava Jato ajudou o tom positivo do setor, uma vez que amenizaria os impactos de uma eventual delação do ex-ministro Antonio Palocci que possa envolver o setor.
- VALE PNA (SA:VALE5) teve alta de 1,5 por cento e VALE ON (SA:VALE3) ganhou 0,84 por cento, em linha com os ganhos dos contratos futuros do minério de ferro na China.
- USIMINAS PNA (SA:USIM5) avançou 4,29 por cento, enquanto CSN ON (SA:CSNA3) subiu 2,19 por cento e GERDAU PN (SA:GGBR4) ganhou 3,4 por cento, também amparados nos ganhos dos contratos futuros do aço e do minério de ferro na China.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) subiu 2,85 por cento e PETROBRAS ON (SA:PETR3) avançou 1,55 por cento, em sessão que terminou positiva para os preços do petróleo no mercado internacional, após alguma volatilidade ao longo do dia. Também no radar estava a retomada das negociações com a fornecedora de sondas Sete Brasil.
- ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES ON (SA:ESTC3) caiu 1,79 por cento, pior desempenho do índice, e KROTON ON (SA:KROT3) recuou 1,43 por cento, em meio à expectativa pelo julgamento no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do processo de fusão das duas empresas, marcado para quarta-feira.
- ALPARGATAS PN (SA:ALPA4), que não faz parte do Ibovespa, subiu 3,87 por cento, após informar que sua controladora, a J&F, e a Cambuhy Investimentos fecharam acordo de confidencialidade para possível aquisição de participação na fabricante das sandálias Havaianas.