Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - A administradora de shopping centers BR Malls (SA:BRML3) avalia aquisições e venda de ativos para reforçar a qualidade de seu portfólio no longo prazo, disseram executivos da empresa nesta quarta-feira em teleconferência com analistas sobre os resultados do primeiro trimestre.
Eles ressaltaram que o cenário ainda é desafiador, mas que o pior já passou. "Diante da melhora (em indicadores de venda) apresentada em março, estamos confiantes de que dias melhores estão por vir", afirmou Ruy Kameyama, que assumiu como presidente da BR Malls na semana passada, no lugar de Carlos Medeiros.
Kameyama destacou que a empresa tem um plano detalhado de revitalizações de empreendimentos, mas disse que não comentaria as estratégias neste momento em função da oferta pública de distribuição primária de ações da companhia.
A operação, por meio da qual a BR Malls pode captar entre 1,7 bilhão e 1,95 bilhão de reais, foi aprovada pelo conselho de administração na véspera.
O executivo também se recusou a informar o desempenho das vendas em shoppings do grupo no mês de abril. "Março já foi diferente da média do trimestre, mas não podemos fazer menções sobre perspectivas futuras por causa da oferta", explicou.
Segundo ele, uma das prioridades da companhia é reduzir as perdas com inadimplência. No primeiro trimestre, a inadimplência líquida média dos lojistas nos empreendimentos da empresa subiu a 7,3 por cento, de 5,7 por cento no mesmo período do ano passado.
"Estamos desconfortáveis com isso e atuamos com foco grande para reverter esse cenário o mais rápido possível, mas tem que se levar em conta a sazonalidade do primeiro trimestre", comentou Kameyama.
Conforme material de divulgação do balanço trimestral, o maior nível de provisão para devedores duvidosos entre janeiro e março pesou sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, que caiu 9,5 por cento na base anual, para 222,8 milhões de reais.
Em relatório, analistas do BB (SA:BBAS3) Investimentos consideram o resultado da BR Malls 'neutro', mas citaram a inadimplência como fator de preocupação, além de dificuldades para elevar vendas e controlar gastos.
Às 11:38, as ações ordinárias da BR Malls subiam 4,2 por cento, cotadas a 13,44 reais, enquanto o Ibovespa tinha alta de 1,7 por cento.