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Bradesco: Apesar de alta no lucro, resultado não anima; confira análises

Publicado 04.08.2021, 18:03
Atualizado 04.08.2021, 18:11
© Reuters.
IBOV
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BBDC4
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Por Ana Julia Mezzadri

Investing.com - Apesar de ter registrado alta no lucro do segundo trimestre, o resultado reportado pelo Bradesco (SA:BBDC4) na noite de terça-feira não animou o mercado, que reagiu mal, principalmente, ao baixo desempenho do setor de seguros. Assim, as ações fecharam o pregão de quarta em forte queda de 4,36%, a R$ 23,45, ajudando a derrubar o Ibovespa, que terminou o dia em baixa de 1,44%, aos 121.801,21 pontos.

Após a divulgação do balanço, o banco recebeu recomendações de Compra da Genial Investimentos, da Ativa Investimentos e do Banco Inter (SA:BIDI4) e Neutra da XP Investimentos, com preço-alvo médio de R$ 31,80.

“Em nossa opinião, a qualidade geral do resultado piorou à medida que os níveis de provisionamento caíram, apesar da possibilidade de um aumento nos níveis de inadimplência no futuro”, analisa a XP.

A Genial é um pouco mais positiva em sua análise: “Em meio a conjuntura negativa da pandemia e subida da Selic mais rápida do que o previsto, na nossa avaliação, o resultado não foi de todo ruim - gostamos da capacidade de geração de lucro recorrente do banco.”

Já a Ativa chega a classificar os resultados do banco de maneira positiva. “O bom resultado do Bradesco corrobora com nossa visão para o setor bancário, que se encontra descontado no momento. O atual nível de cobertura do banco deve suportar o aumento da inadimplência ao longo de 2021”, comenta.

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O banco registrou lucro líquido recorrente de R$ 6,3 bilhões no segundo trimestre, alta de 63,2%. O resultado ficou quase em linha com a expectativa dos analistas de R$ 6,454, segundo compilado da Refinitiv, mas 4% abaixo da projeção da Genial e 4,7% abaixo da estimativa do Inter.

A melhora nos números foi resultado, principalmente, da forte queda nas provisões para inadimplência, de 60,8% em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 3,487 bilhões, 6% abaixo da projeção da XP, devido à diminuição das incertezas causadas pela pandemia de Covid-19 e ao constante aprimoramento dos processos de concessão de crédito. Nesse mesmo sentido, o índice de inadimplência em 90 dias ficou estável em 2,5%.

Apesar de isso ter ajudado os resultados, a diminuição das provisões aumenta a exposição do banco em um cenário em que os índices de inadimplência podem aumentar, na visão da XP. Na análise da Genial, por outro lado, o fato de o banco ter o índice de cobertura mais elevado entre concorrentes privados poderá diminuir a necessidade de criação de mais reservas no futuro, impactando positivamente o lucro. O Inter também considera o índice confortável.

O menor provisionamento, no entanto, parece ter sido compensado pelo resultado do segmento de seguros, que teve queda de 58,3%, para R$ 1,574 bilhão, afetado pela segunda onda da Covid-19, que causou aumento da sinistralidade, de tratamentos eletivos e de indenizações no segmento de seguros de vida. 

Outro ponto negativo do balanço foram despesas administrativas e operacionais acima do esperado, devido ao aumento no volume de negócios e despesas com publicidade. “Acreditamos que os investidores devem prestar atenção ao desenvolvimento desta linha, pois novos números negativos podem afetar negativamente o guidance da empresa para o ano”, alerta a XP.

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A carteira de crédito cresceu em 9,9% em relação ao ano anterior, impulsionada por um cenário econômico mais otimista, que fez com que o banco concedesse mais crédito, principalmente aos consumidores. Os destaques são as linhas de financiamento imobiliário, cartão de crédito e consignado para pessoa física.

Depois dos resultados do trimestre, o banco revisou suas projeções para 2021. A expectativa para o negócio de seguros é de queda entre 15% e 20%, contra projeção anterior de crescimento entre 2% e 6%. As estimativas para carteira de crédito, receita de tarifas e perdas com calotes foram mantidas.

A Genial espera que o resultado de seguros se normalize com a melhora da atividade econômica e com a continuidade da vacinação. A visão do Inter é semelhante: “Entendemos que o banco deve continuar o tom de recuperação no 2S21 e que os efeitos negativos no ramo de seguros são pontuais, devendo melhorar a medida que avança o ritmo de vacinação.”

A Ativa também vê os próximos trimestres com otimismo: “Os indicadores de crédito seguem em patamares saudáveis, nos deixando mais otimistas para o restante do ano.”

-Com colaboração da Reuters

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