Investing.com – Analistas pareciam estar otimistas com o balanço do Bradesco (BVMF:BBDC4), mas mesmo um avanço nos lucros não foi o suficiente para animar os investidores, que enxergam uma recuperação mais lenta do que o esperado anteriormente. Às 15h21 (de Brasília) desta quinta-feira, 31 de outubro, as ações preferenciais do Bradesco recuavam 3,73%, a R$14,47.
O banco reportou um lucro líquido recorrente de R$ 5,2 bilhões no terceiro trimestre deste ano, crescimento anual de 13,1%, enquanto a rentabilidade (ROAE) atingiu 12,4%, alta de 1,1 ponto percentual na mesma comparação. A carteira de crédito foi de R$943,9 bilhões, um ganho de 7,6%.
Os resultados foram avaliados como mistos pela XP (BVMF:XPBR31), que destacou a continuidade do processo de recuperação do banco, ainda que considere que a trajetória não é linear.
“Embora confirmando a tendência de recuperação, a curva de crescimento esperada parece um pouco mais lenta, e o ambiente macro pode atrasar essa recuperação no crescimento do crédito”, lamentaram os analistas Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, que possuem neutro no papel, com alvo de R$16.
O BTG (BVMF:BPAC11) vai na mesma linha e avalia o processo de recuperação como um trabalho em andamento. “A melhoria continua, mas é um processo passo a passo”, ressaltou em relatório, indicando que o processo gradual ainda deve ser mais longo, o que motiva a recomendação neutra, com preço-alvo de R$16.
“Sim, as provisões pós-margens financeiras foram melhores do que o esperado, mas a perspectiva mais desafiadora para o crescimento da margem financeira, dada a Selic mais alta e o estreitamento dos spreads de empréstimos, podem desapontar aqueles que esperam uma recuperação mais rápida do ROE”, completam os analistas do BTG Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura.
O resultado foi considerado como positivo pelo BB Investimentos, que demonstrou, no entanto, pouca empolgação. “O resultado foi favorecido pelo menor custo do crédito, além de receitas com clientes em escalada e receitas de serviços e seguridade sólidas, mas prejudicado por margem com o mercado menor do que esperada e maiores despesas”, ponderou o analista Rafael Reis.
Entre os pontos positivos mencionados por Reis, estão a expansão da carteira de crédito, das receitas de serviços e seguridade, além da diminuição do custo do crédito.
“Já do lado negativo vimos especialmente a margem com mercado (tesouraria), que permaneceu em patamar historicamente baixo por conta da abertura da curva de juros, que impacta a dinâmica dos ativos e passivos do banco. As despesas também mostraram pressão”, concluiu o analista do BB Investimentos, que indica posição neutra, com preço-alvo de R$16,50.