Investing.com – A próxima semana será repleta de dados de bancões brasileiros, com Bradesco (BVMF:BBDC4), Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) e Banco do Brasil (BVMF:BBAS3), além do banco digital Inter (NASDAQ:INTR). O Bradesco inicia as apresentações dos balanços do segundo trimestre, que serão divulgados na próxima segunda, 05 de agosto. Analistas esperam melhoria gradual nos indicadores, com expansão na carteira de crédito, mas ainda enxergam uma rentabilidade baixa, na comparação com outros players do setor.
O que esperar do balanço?
A plataforma InvestingPro projeta receitas de R$29,557 bilhões, com um lucro por ação (LPA) de R$0,41. Veja as estimativas para dados de todos os bancos listados na bolsa de valores brasileira na plataforma premium do Investing.com.
O Itaú BBA projeta receitas de R$29,587 bilhões, retorno sobre o patrimônio (ROE, na sigla em inglês) de 10,9% e lucro líquido de R$4,398 bilhões.
“O Bradesco terá tendências positivas no crédito ao consumidor, levando a um ligeiro aumento do ROE, para 11%”, acredita o banco Itaú BBA. Os analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard entendem entende que a instituição financeira pode ajustar o guidance, mas não de forma significativa. A indicação no papel é market perform, equivalente à neutra, com preço-alvo de R$15,5.
O Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) estima um lucro líquido recorrente de R$4,396 bilhões e um ROE de 10,9%, com melhora gradual frente aos dados do primeiro trimestre. A tendência deve ser um “NII de mercado fraco para compensar a melhoria no NII do cliente”, conforme os analistas Mario Pierry, Flavio Yoshida, Antonio Ruette e Ernesto Gabilondo, que esperam continuidade na aceleração do crescimento da carteira de empréstimos liderada por segmentos com spreads mais altos.
Crescimento das despesas acima da inflação é um ponto a ser monitorado, mas o banco entende que o indicador estaria sob controle e dentro do previsto no guidance. Mesmo com valuation considerado baixo, o BofA segue com indicação neutra no papel, com preço-alvo de R$ 14, diante de desafios de execução e atual nível de lucratividade.
Um leve aumento na inadimplência pode ocorrer, segundo a XP (BVMF:XPBR31), que tem indicação neutra na ação, preço-alvo R$16,0. Os analistas Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre veem expansão na carteira de crédito com evolução levando ao NII com clientes subir, “revertendo sua tendência de queda recente, que deve ser vista como o destaque do trimestre”. A XP estima resultados recorrentes do Bradesco com lucro de R$4,44 bilhões e um ROAE de 11,0%.
Dados do primeiro trimestre
O lucro líquido recorrente do Bradesco foi de R$ 4,2 bilhões no primeiro trimestre deste ano, alta trimestral de 46,3%, mas baixa anual de 1,6%. O ROAE atingiu 10,2%, ganho trimestral de 3,3 pontos percentuais, mas um recuo de 0,4 p.p. frente a igual período do ano anterior.
A inadimplência de 15 a 90 dias atingiu 4,1%, demonstrando estabilidade trimestral, e uma baixa de 0,5 ponto percentual ano a ano. A inadimplência acima de 90 dias, por sua vez, chegou a 4,8%, o que representa uma queda de 0,3 p.p. no trimestre e no ano.
A melhora da provisão para provedores duvidosos no varejo e atacado, controle de despesas operacionais, além da redução na inadimplência estiveram entre os destaques mencionados pelo banco.