Investing.com – Após a disparada das ações da BRF (BVMF:BRFS3) nos últimos meses, o balanço da companhia foi considerado robusto e elogiado por analistas, mas não o suficiente para revisões de recomendação diante do valuation, conforme apontado em relatórios de grandes instituições financeiras como Bank of America (NYSE:BAC), Goldman Sachs (NYSE:GS) e BB Investimentos.
Em três meses, os papéis já subiram 29,50%, enquanto, em um ano, 128,02%. Nesta quinta-feira, 15, as ações avançavam 0,77%, a R$23,72, dando sequência aos ganhos de ontem, quando tiveram impulso de expectativas favoráveis após balanço da JBS (BVMF:JBSS3) que indicou bom momento para o mercado de frango.
A BRF apresentou um lucro líquido de R$1,1 bilhão no segundo trimestre, revertendo um prejuízo de R$1,3 bilhão registrado um ano antes. “Um trimestre recorde apontando para um ano recorde”, comemorou o BofA, que considerou os dados como acima do previsto, com Ebitda 10% superior às suas projeções.
O banco ressaltou que as margens domésticas ficaram estáveis em níveis altos e elogiou as melhorias nas margens internacionais. Além disso, destacou que o mercado externo foi responsável por 80% do crescimento do Ebitda trimestral desde o terceiro trimestre do ano passado.
“A empresa continua se beneficiando de um ciclo de frango muito favorável, com uma combinação de preços resilientes e custos de ração em declínio. Como resultado, a geração de FCF no trimestre foi de R$1,3 bilhão e R$2,5 bilhões no primeiro semestre”, detalham as analistas Isabella Simonato e Julia Zaniolo. Após o rali de 70% no acumulado do ano, o BofA possui recomendação neutra para as ações da BRF devido ao valuation, revisando o preço-alvo de R$22 para R$24.
O Goldman Sachs também reforçou posição neutra na ação, com preço-alvo de R$19,50, mesmo com um momento favorável duradouro em mais um trimestre sólido. Os indicadores teriam superado o consenso e as projeções do banco, que eram mais elevadas.
“Os impulsionadores dos lucros foram semelhantes aos relatados anteriormente pela PPC e pela JBS, e incluíram preços favoráveis dos cereais, uma oferta global equilibrada e bons volumes (particularmente nos alimentos processados no Brasil)”, apontaram os analistas Thiago Bortoluci e Nicolas Sussmann, que consideram a aceleração das recompras como suporte adicional para os papéis, ainda que enxerguem melhor relação risco-recompensa em JBS.
O operacional da BRF segue com bom momento, concordou o BB Investimentos, que considerou os resultados com fortes, com “desempenho consolidado sendo suportado tanto pelas operações no Brasil, quanto no segmento Internacional, o que consideramos bastante saudável”, afirmou a analista Georgia Jorge.
A forte geração de caixa foi destaque elencado pelo BB Investimentos, o que permitiu a diminuição da alavancagem para “patamares historicamente baixos”. No entanto, os dados positivos não foram suficientes para revisão da recomendação neutra, com preço-alvo de R$16.