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BTG avalia plataforma de investimentos do Banco Inter em R$ 2 bilhões

Publicado 24.06.2020, 15:14
© Reuters.
IBOV
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Investing.com - A movimentação na indústria de investimentos no Brasil nesta semana levou o BTG Pactual (SA:BPAC11) a estimar o valor de mercado da plataforma de investimentos do Banco Inter (SA:BIDI4) em relatório distribuído nesta quarta-feira (24). Segundo o banco, o a Plataforma Aberta de Investimentos (PAI) do banco digital mineiro foi avaliada em cerca de R$ 2 bilhões.

Os analistas Eduardo Rosman e e Thomas Peredo, que assinam o relatório, realizaram o cálculo do valuation a partir de um desconto de 40% sobre o múltiplo médio de capitalização de mercado nos valores sob custódia da XP Investimentos e da Modalmais, que estiveram no noticiário recentemente junto com o BTG Digital, do próprio BTG (leia mais abaixo).

A PAI, segundo Rosman e Peredo, tem crescido rapidamente assim como outras atividades do Banco Inter. No primeiro trimestre do ano, a plataforma alcançou 601 mil investidores, alta de 28% em relação ao trimestre anterior e de 205% em relação ao mesmo período de 2019. Hoje, essa base representa 12% dos 5 milhões de clientes do banco (versus 10% há um ano). 

Os valores sob custódia da PAI alcançaram R$ 13,6 bilhões no 1T, alta de 14% em relação ao trimestre anterior. No entanto, os analistas ressaltam que parcela significativa dos valores sob custódia ainda vem de amigos e da família Menin, que controla o banco. Mesmo assim, o BTG estima que R$ 8,5 bilhões sob custódia vem de clientes do varejo. 

Para efeito de comparação, a Modalmais tem R$ 10 bilhões sob custódia e quase 1 milhão de investidores de varejo. Já a XP Investimentos, por sua vez, cujas ações praticamente dobraram desde seu IPO em dezembro, tem capitalização de mercado de R$ 140 bilhões.

A recomendação do banco para as ações é de compra, com preço-alvo de R$ 36. Às 16h02, as units do banco eram negociados com baixa de 0,58% a R$ 37,80, em um dia que prevalece o sentimento de aversão a risco, com o Ibovespa caindo 1,79% a 94.260 pontos.

Noticiário sobre o setor alimenta units

Os units do Banco Inter tiveram forte alta nos últimos dias, provavelmente ajudadas pela valuation recorde da XP e da ModalMais em R$ 5 bilhões. No caso da ModalMais, o valuation chegou a esse valor após o Credit Suisse Brasil chegar a um acordo para comprar uma participação de 35% da corretora ontem (24).

A possibilidade do BTG Pactual investir na PAI também contribiuiu para o apetite aos papéis do Banco Inter, que chegaram a disparar 19% na segunda-feira, apesar de acumular perdas de 16% no ano. As especulações foram levantadas após o BTG anunciar uma oferta subsequente de ações para levantar até R$ 2,55 bilhões para o caixa, que o mercado especula que serão usados para uma aquisição ligada ao varejo.  

Em entrevista a Reuters ontem, o presidente do banco digital, João Vitor Menin, descartou negociação para venda do controle, nem eventual venda de participação acionária. "Especulações sobre eventual interesse no Banco Inter mostram que viramos um player relevante no mercado", acrescentou o executivo, ressalvando que "negociar o controle não está no horizonte".

Marketplace

Além da PAI, o marketplace do Banco Inter também está ganhando tração. O banco está avançando suas operações de comércio eletrônico, o que pode estar ampliando o interesse de potenciais investidores.

Segundo Menin, com os efeitos da pandemia da Covid-19, entre eles o crescimento do e-commerce, o marketplace criado pelo Banco Inter em agosto passado atingiu neste mês a marca de 2,5 milhões de reais diários em transações. Isso ajudou a ampliar as receitas não financeiras do banco, já que as operações de compra e venda na plataforma rendem comissões para a empresa, que tem quase 6 milhões de clientes.

"Estamos no limiar de nos tornarmos uma plataforma de 1 bilhão de reais por ano em volume de negócios", afirmou Menin.

O marketplace, ambiente onde é possível fazer compras em lojas de departamentos, eletroeletrônicos, drogarias e turismo, foi um movimento do banco para deixar de ser uma plataforma apenas bancária e se tornar um Super App, e diversificar as receitas.

De acordo com o executivo, com os efeitos da pandemia, a meta de que as receitas financeiras representassem metade do resultado do grupo, antes previsto para um prazo de dois a três anos, pode ser agora atingida já na primeira metade de 2021.

Isso, disse Menin, ajudou a compensar a desaceleração nas operações de crédito em março e abril, dada a queda na demanda como efeito da crise.

"O ritmo não voltou totalmente, então a nossa expectativa para o ano vai ficar um pouco comprometida", afirmou.

*Com contribuição da Reuters

 

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