Investing.com - Para o BTG Pactual, a Vale (SA:VALE3) poderá atingir US$ 100 bilhões em valor de mercado. As informações constam em relatório enviado pelo banco de investimentos nesta terça-feira. Na visão dos analistas, os últimos eventos macroeconômicos podem contribuir para que os investidores voltem a apostar no setor com mais consistência em 2019.. O preço-alvo foi mantido em US$ 20,00 para os ADRs.
Na visão da equipe do banco, investir em commodities tem sido bastante desafiador nos últimos meses. Os tweets de Donald Trump, a desaceleração da China, as guerras comerciais, e a atuação decepcionante Federal Reserve, foram forças determinantes que derrubaram os preços das commodities.
Os analistas entendem é que os investidores têm reduzido a exposição ao setor em todas as carteiras de risco. No entanto, eles entendem que a maré pode estar mudando após os últimos acontecimentos: o corte de RRR na China (após os PMIs caírem abaixo de 50 pontos), a retomada das negociações comerciais entre a China e os EUA e um Fed mais dovish.
Para eles, esses eventos indicam que os formuladores de políticas estão cientes dos riscos recentes e dispostos a tomar medidas firmes para proteger o crescimento. Assim, o BTG (SA:BPAC11) aproveita a oportunidade para reforçar uma das recomendações de alta convicção: Vale (dividend yield de dois dígitos em 2019).
No relatório, os analistas explicam que embora os preços do minério de ferro tenham sido relativamente mais defensivos em relação à recente turbulência global (diante de outras commodities), o maior temor foi a queda da demanda futura.
“Como sempre, os investidores questionam a sustentabilidade do gigantesco nível de produção de aço da China e o potencial de substituição de sucata (implicando menos demanda de minério de ferro). A realidade é que o CSP da China continua surpreendendo por uma ampla margem, e deve ultrapassar 920Mtpa em 2018 (8% acima do que esperávamos no final de 2017!)”, diz a instituição no relatório.
A equipe do BTG sente que os investidores que analisam os aços no Brasil têm se preocupado com o risco de uma abertura da economia brasileira e com a remoção das tarifas de importação de 12% atualmente em vigor para os aços no país. O banco duvida que o movimento será repentino
Em uma base relativa, eles não enxergam nenhuma mudança na transição política para a Vale e não esperam mudanças nos royalties atualmente em vigor nem quaisquer dificuldades anormais na renovação das concessões ferroviárias no país. Mesmo que o real se aprecie um pouco, é importante notar que a Vale também é menos uma chamada de câmbio do que vários outros nomes sob nossa cobertura (10% de valorização do real = 5-6% de impacto negativo no EBITDA em termos de dólares).
Com base nos números, o BTG aproveita oportunidade para atualizar nosso modelo para aquisições recentes e outros pequenos ajustes finos, mas as estimativas são praticamente inalteradas. A Vale continua a dominar o mercado de minério de ferro de alta qualidade e é a principal beneficiária da tendência de “fuga para a qualidade” do setor. Eles acreditam que a Vale poderia distribuir um rendimento de dividendos próximo de 10% em USD em 2019, o que acreditam ser subestimado pelo mercado. Para eles, a Vale está negociando perto de 4,0x o EBITDA 19 e esperam que as atualizações de lucros ocorram nas próximas semanas