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Caro e arriscado: Veja por que os analistas não recomendam o IPO da C&A

Publicado 18.10.2019, 18:41
Atualizado 18.10.2019, 18:45
© Reuters.

© Reuters.

Investing.com - O IPO da C&A não animou as principais casas de research que viram uma oferta muito benéfica ao controlador e resultados operacionais fracos. Apenas a Eleven recomenda compra, desde que saia até o piso da faixa de preços. Suno, Levante, Nord e Capital Research sugerem que seus clientes fiquem de fora da oferta.

A varejista de moda rápida apresentou um prospecto para seu IPO que destina cerca de 94% dos recursos levantados direto para seu controlador. Das 82,2 milhões de ações que serão entregues na oferta base, 32,9 milhões, ou 40%, será de oferta secundária, quando o próprio acionista vende seus papéis para embolsar lucro. Dos 60% restantes, quase a totalidade será utilizada para saldar dívidas da C&A contraídas com seu controlador.

Veja o calendário de IPO no Investing.com

Ao final, apenas R$ 86 milhões de uma oferta de R$ 1,5 bilhão será utilizado para expansão e abertura de novas lojas.

“Chama a atenção como ponto negativo que a maior parte dos recursos vai para o controlador”, avalia Rodrigo Wainberg, analista da Suno Research, que recomenda que os investidores fiquem de fora do IPO.

Na mesma linha, Ernani Reis, analista da Capital Research concorda que a oferta não é atraente, pois foco principal não é expansão. A casa não recomenda participações em ofertas iniciais.

Operacional fraco

Além da destinação dos recursos, a área operacional da C&A também é colocada em xeque pelos analistas.

“Existem empresas com uma melhor capacidade de execução e crescimento como Lojas Renner (SA:LREN3) e Guararapes, que possui a rede Riachuelo (SA:GUAR3)”, escreveu Eduardo Guimarães, especialista em ações da Levante, em artigo exclusivo para o Investing.com.

A C&A registrou um número estável de lojas nos últimos quatro anos, com um crescimento de receita líquida de 8,1% entre 2016 e 2018. Em levantamento feito pela Eleven Reseach, a companhia fica atrás dos 19,7% da Riachuelo e os 28,5% da Renner, benchmark do setor, em igual período.

Nas vendas em mesmas lojas, um indicador importante para o varejo, a C&A também mostra sinais de que a recuperação ainda não começou. As vendas subiram apenas 2,5% no ano passado, contra 2017, e 2,8% no primeiro semestre de 2019, ante igual período de 2018.

A margem da C&A também está bem atrás das duas líderes do setor. Com 49% de margem bruta, a varejista perde para os 53% da Riachuelo e 57% da Renner.

“Não tem clareza de qual a estratégia de crescimento e abertura de loja. Está tudo vago. Não é igual a Renner (SA:LREN3) que deixa tudo bastante claro”, avalia Wainberg da Suno.

A área digital da C&A também segue atrás da concorrência. Apenas 2,4% das compras vêm do online. O click-and-collect, quando o cliente compra online e retira na loja, o que aumenta as chances de mais vendas na loja física, fica na casa dos 17%, comparado à 25% da Guararapes e 27% da Renner.

"Ou seja, o futuro é digital, mas o presente ainda não é", avalia Rafael Rafazi da Nord Reserch. A casa também recomenda que os clientes fujam do IPO da C&A. "Não caia nas armadilhas do bull market", completou.

IPO caro para o varejo

No valuation da Levante, Eduardo Guimarães calcula um preço/lucro de 20,1x em 2020 se o IPO sair no ponto médio de R$ 18,25 por ação. “Múltiplo elevado se comparado às empresas Lojas Renner (26,5x) e Guararapes (17,0x)”.

Nas contas da Eleven, o preço-alvo para a CEAB3 fica em R$ 22,10, upside de 34% no piso de R$ 16,50 da faixa de preços. “Consideramos a entrada no IPO atraente apenas na faixa inferior do intervalo de, em função do nível de risco envolvido”, escreveu a analista Giovana Scottini.

Calendário do IPO da C&A

Para quem quiser participar, termina nesta quarta-feira, 23, o período de reserva das ações CEAB3. O investimento mínimo é de R$ 3 mil e o máximo de R$ 1 milhão. Não há lock-up ou preferência de distribuição no varejo. Veja aqui o resumo do IPO da C&A.

Anote as principais datas na sua agenda:

14 de outubro - Início do período de reserva

23 de outubro - Final do período de reserva

24 de outubro - Precificação do IPO

28 de outubro - Início de negociação na B3.

A oferta de ações da C&A será comandada pelo Morgan Stanley, que também será o agente estabilizador. Coordenam a oferta, Bradesco BBI, BTG Pactual, Citigroup, Santander e XP.

Últimos comentários

É cilada Bino !
isso de ir pra bolsa (brasileira)...das duas uma..é forma de vender a empresa caro pra manada e embolsar a grana...ou tomar aquele dinheiro do mercado pra consertar administração obsoleta.(como o caso do BMG)
empresas de análises que recomendam é porque ganham para recomendar, não acredito em analistA NENHUM.
Quando e se despencar talvez eu conore algo, por hora estou de fora. Não confio muito nas cadas de análises mas esse IPO também não está parecendo boa coisa.
mais uma precisando tomar dinheiro do mercado...so isso
Negocinho cinza esse de análises e recomendações. C&A optou por não molhar a mão dos "analistas"...
quando vejo a palavra "analistas" já sei que é coisa ruim..
Se os especialistas não recomendam, deve ser uma ótima opção.
como funciona isso
como funciona isso
Os mesmos analistas que recomendaram Vivara?
ahh...bom questionamento. também quero saber essa resposta.
Eles ficaram de fora.Por isso botam defeito.Mas C&A é uma boa empresa.Eu vou comprar um pouco.Vamos ver no que dá...
Cea nao pagou bem os analistas ...
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