SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista mostrava ganhos nesta quarta-feira, acompanhando o movimento mais positivo nas praças acionárias no exterior, enquanto agentes financeiros aguardam o desfecho da última reunião de política monetária do banco central dos Estados Unidos, no final da tarde.
Às 11:39, o Ibovespa subia 0,64 por cento, a 87.168,69 pontos. O volume financeiro somava 2,38 bilhões de reais.
Em um ambiente de maior receio com o ritmo da economia global, o Federal Reserve concentra os holofotes nesta sessão, quando anuncia sua decisão sobre os juros norte-americanos, particularmente em razão de amplamente aguardados sinais que deve dar sobre os seus próximos movimentos.
A decisão do Fed será conhecida às 17h (horário de Brasília), acompanhada do comunicado sobre a reunião e de projeções para a economia norte-americana. Na sequência, o chairman Jerome Powell fala com a imprensa. A expectativa é de que os juros subam para a faixa de 2,25 a 2,50 por cento.
"Esta reunião, sua ata e o discurso que a segue serão determinantes para o movimento do mercado. Esperamos que o Fed destaque o risco de crescimento e inflação mais baixos, deixando claro que o caminho para os juros será totalmente dependente de dados", afirmou a equipe da XP Investimentos.
Para Alberto Bernal, estrategista global da XP, essa pode ser a última alta deste ciclo, conforme relatório a clientes.
Em Wall Street, os futuros acionários sinalizavam uma abertura em alta, seguindo o movimento dos pregões na Europa, com o petróleo também experimentando uma sessão mais positiva.
DESTAQUES
- GOL (SA:GOLL4) valorizava-se 2,39 por cento, conforme segue amparada em expectativas de que a empresa se torne alvo de eventual aquisição após o governo retirar limite para a participação estrangeira em companhias aéreas no Brasil. No mês, o papel já acumula alta de cerca de 20 por cento.
- VALE (SA:VALE3) subia 1,28 por cento, alinhada ao avanço de mineradoras na Europa, em sessão com alta dos preços do minério de ferro na China.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) avançava 0,55 por cento, em sessão de alta dos preços do petróleo e após a petrolífera de controle estatal divulgar que seu conselho de administração aprovou distribuição de juros sobre o capital próprio correspondente a 0,05 real por ação ordinária e 0,70 real por ação preferencial. PETROBRAS ON (SA:PETR3) caía 2,5 por cento.
- MULTIPLAN tinha alta de 2,56 por cento e brMalls avançava 2,43 por cento, tendo como pano de fundo relatório do BTG Pactual (SA:BPAC11) reiterando visão positiva para o segmento de shopping centers no Brasil, com IGUATEMI, que subia 2,43 por cento, sendo o papel preferido.
- CCR (SA:CCRO3) apreciava-se 3,24 por cento, um dia após a Andrade Gutierrez, uma de suas maiores acionistas, assinar acordo de leniência que eleva em 490 milhões de reais o montante a ser pago pelo grupo em multas e ressarcimentos decorrentes das investigações da operação Lava Jato.
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) subia 0,86 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) subia 0,77 por cento, favorecidos pelo viés mais positivo da sessão, com BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) em alta de 0,55 por cento. SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) cedia 0,18 por cento, tendo no radar aquisição de fatia residual da GetNet.
- ELETROBRAS PNB (SA:ELET6) e ELETROBRAS ON (SA:ELET3) caíam 4,88 e 5,2 por cento, respectivamente, após reportagem do jornal Valor Econômico sobre os planos do novo governo para a usina Angra 3, com manutenção de participação estatal relevante no empreendimento, o que poderia acarretar papel importante da elétrica estatal em desembolsos para investimentos.
(Por Paula Arend Laier)