Por Gabriel Codas
Investing.com - Nesta quarta-feira, depois do fechamento do mercado, será a vez de companhias como CESP (SA:CESP6), CTEEP (SA:TRPL4), Odontoprev (SA:ODPV3) e Multiplan (SA:MULT3) divulgarem os números do primeiro trimestre do ano. De forma geral, as expectativas são positivas, com ainda poucos impactos do coronavírus.
Por volta das 14h21, as ações da CESP tinham ganhos de 2,03% a R$ 28,21, com CTEEP recua 0,98% a R$ 19,28. Já Odontoprev cede 0,86% a R$ 16,16 e Multiplan somando 4,27% a R$ 22,69. O Ibovespa registrava alta de 2,31% a 83.197 pontos.
Em relação ao setor elétrico, a XP Investimentos acredita que os resultados do 1Q20 não reflitam os efeitos da crise desencadeada pela pandemia do COVID-19, tendo em vista que a queda de demanda de energia começou a ocorrer na segunda metade de março, quando começaram a ser decretadas quarentenas.
Nesse sentido, os resultados das distribuidoras de energia ainda devem ser saudáveis, mas não refletem a atual crise relacionada à queda de demanda e aumento de inadimplência. O resultado das geradoras deve refletir a evolução positiva das condições hidrológicas ao longo do trimestre (começando de elevados preços no mercado de curto prazo para preços próximos ao mínimo no final do trimestre com o aumento de chuvas e queda da demanda).
Os analistas explicam que as margens em compra e venda de energia vão depender da estratégia de alocação de cada empresa, que costuma refletir uma sazonalidade dos volumes para os meses mais secos (abril a novembro). Finalmente, eles não esperam quaisquer surpresas nos resultados de transmissoras.
Já para os shoppings, a corretora destaca que parte relevante dos ativos fechou ao longo da segunda quinzena de março. As companhias vêm implementando políticas mais flexíveis nos contratos de aluguel, parte já sendo refletida no 1T20. Entretanto, é importante reforçar que até o momento as políticas contábeis para o tratamento dos descontos não está 100% fechada.
Com isso a equipe espera impacto relevante vindo dessa concessão de descontos e/ou suspensão dos aluguéis, da forte redução no fluxo de estacionamento na segunda quinzena de março, e redução no aluguel percentual.
Odontoprev
Os analistas esperam que a operadora de planos odontológicos tenha no primeiro trimestre do ano lucro líquido por ação de R$ 0,18, sendo que no mesmo período do ano passado, o resultado foi de R$ 0,17, diante de uma estimativa de R$ 0,16. Já nos três últimos meses de 2019, o total foi de R$ 0,14.
Em relação às receitas, o consenso de mercado é de um total de R$ 481,32 milhões, sendo que no mesmo trimestre do ano passado foi de R$ 446,78 milhões, diante de estimativa de R$ 444,54 milhões. Já entre outubro e dezembro de 2019, o resultado foi de 455,2 milhões, quando eram esperados R$ 468,95 milhões.
Já o BTG Pactual (SA:BPAC11) espera que o lucro líquido da companhia seja de R$ 102 milhões, com receitas de R$ 470 milhões. Além disso, a estimativa é de Ebitda de R$ 140 milhões e margem de 30% no período.
CESP
No caso da elétrica paulista, o consenso de mercado é de lucro líquido por ação de R$ 0,19, representando assim a reversão do prejuízo de R$ 0,09 do mesmo período do ano passado quando era esperado um lucro de R$ 0,30. Já nos três meses que fecharam 2019, o resultado foi de R$ 0,08, contra expectativa de R$ 0,07.
A mediana dos analistas estima receitas de R$ 408,99 milhões, contra R$ 356 milhões em um ano atrás, quando eram esperados R$ 368,2 milhões. No último trimestre do ano passado, o resultado foi de R$ 371 milhões.
Na visão do BTG Pactual, o lucro líquido da companhia deverá ser de R$ 85 milhões, com receitas de R$ 407 milhões. Além disso, a estimativa é de Ebitda de R$ 241 milhões e margem de 59% no período.
CTEEP
Os analistas esperam que a elétrica tenha no primeiro trimestre do ano lucro líquido por ação de R$ 0,70, sendo que no mesmo período do ano passado, o resultado foi de R$ 0,23, diante de uma estimativa de R$ 0,13. Já nos três últimos meses de 2019, o total foi de R$ 0,62, contra expectativa de R$ 0,66.
Em relação às receitas, o consenso de mercado é de um total de R$ 768,85 milhões, sendo que no mesmo trimestre do ano passado foi de R$ 713 milhões, diante de estimativa de R$ 694 milhões. Já entre outubro e dezembro de 2019, o resultado foi de R$ 753,42 milhões, quando eram esperados R$ 890,9 milhões.
Já o BTG Pactual espera que o lucro líquido da companhia seja de R$ 353 milhões, com receitas de R$ 744 milhões. Além disso, a estimativa é de Ebitda de R$ 578 milhões e margem de 78% no período.
Multiplan
No caso da administradora de shoppings, o consenso de mercado é de lucro líquido por ação de R$ 0,17, representando assim uma melhora diante dos R$ 0,15 do mesmo período do ano passado quando era esperado um lucro de R$ 0,18. Já nos três meses que fecharam 2019, o resultado foi de R$ 0,24, contra expectativa de R$ 0,26.
A mediana dos analistas estima receitas de R$ 280,46 milhões, contra R$ 307,86 milhões em um ano atrás, quando eram esperados R$ 307,9 milhões. No último trimestre do ano passado, o resultado foi de R$ 367,5 milhões.
A XP Investimentos espera que o primeiro trimestre já seja parcialmente impactado pelo efeito negativo gerado pelas políticas mais restritivas de distanciamento social. Embora a solução contábil para os descontos ainda não tenha sido definida, os analistas assumem que ela será refletida na linha de receita de aluguel por ora.
Dessa forma, eles esperam uma queda de ~9% a/a nas receitas de aluguel, parte devido ao desconto de 50% no aluguel mínimo de março, e parte devido à queda no aluguel percentual. Esperamos queda de ~12% a/a nas receitas de estacionamento. Por fim, devido ao fechamento dos shoppings em parte do mês de março, esperam um indicador SSS (vendas mesmas lojas) fraco.
Já o BTG Pactual espera que o lucro líquido da companhia seja de R$ 94 milhões, com receitas de R$ 267 milhões. Além disso, a estimativa é de Ebitda de R$ 215 milhões e margem de 80% no período.