Por Aluísio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - A Cetip (SA:CTIP3) viu seu lucro crescer 18 por cento no segundo trimestre, apoiado em maiores receitas da unidade de títulos, que se sobrepôs à estagnação na divisão de financiamentos que lida com gravames de veículos.
A maior depositária de ativos privados da América Latina, anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de 140,3 milhões de reais, alta de 18,2 por cento sobre um ano antes.
O resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) foi 18,6 por cento maior na comparação ano a ano, a 220,7 milhões de reais.
"O ambiente real de negócios ainda foi bastante adverso", disse à Reuters o diretor financeiro e de relações com investidores da Cetip, Willy Jordan. Ele se referiu à atividade no mercado de capitais ainda modesta, refletindo o ambiente de baixa confiança dos investidores diante da economia em recessão.
A Cetip, que em abril anunciou união de suas operações com a BM&FBovespa (SA:BVMF3), viu a receita líquida crescer 16,3 por cento ano a ano, para 318,2 milhões de reais.
Em termos brutos, a unidade de títulos, que presta serviços de custódia, registro e transações de papéis como debêntures, teve receita 22,3 por cento maior.
Já na divisão de financiamentos, o avanço foi de apenas 1,7 por cento, refletindo a fraqueza pronunciada no mercado de financiamento automotivo, que gera receita para a Cetip com os gravames.
Pela manhã, a associação das montadoras de veículos, Anfavea, afirmou que as vendas de veículos novos no país em julho subiram 5,6 por cento ante junho, mas ainda tiveram queda de 20,3 por cento na comparação com um ano antes.
"A coisa parece ter parado de piorar", disse Jordan. "Mas ainda é cedo para dizer que está começando uma recuperação."