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CHARGE: A perigosa distração de Elon Musk

Publicado 03.05.2022, 13:50
Atualizado 03.05.2022, 16:09
© Investing.com
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Por Geoffrey Smith 

Investing.com -- A compra do Twitter (SA:TWTR34) (NYSE:TWTR) por Elon Musk pode ser o ato final a fazer o preço das ações da Tesla (SA:TSLA34)(NASDAQ:TSLA), que desafiam a gravidade, voltarem à terra.

Para início de conversa, não há quantidade de jargão financeiro suficiente para mascarar o fato de que Musk está vendendo uma ação para comprar outra. A velha regra - "Se o cara que conhece o negócio melhor que ninguém está vendendo, você quer mesmo comprar?" – continua valendo.

Certamente é o caso quando se pensa que esta é a segunda vez em seis meses que Musk tirou dinheiro da mesa, depois de vender mais ações do que precisava no último outono do hemisfério norte para pagar a conta do seu imposto da renda federal. As ações, cujo valuation desafiaram a gravidade ao longo da pandemia, não conseguiram alcançar uma nova máxima desde a primeira dessas vendas.

A regra é ainda mais válida quando se pensa no quanto ser dono do Twitter pode distrair o CEO da Tesla do seu dia a dia de trabalho. A Tesla é uma empresa que ainda se encontra nos estágios relativamente iniciais de uma fase de expansão plurianual, com riscos de execução a cada passo e com a vantagem de pioneirismo no setor da empresa sofrendo erosão gradual. A possibilidade de que Musk possa administrar a Tesla (NASDAQ:TSLA) tão bem como antes, ao mesmo tempo em que tenta arbitrar disputas entre os franjas lunáticas da política dos EUA e dar cabo da desinformação russa ou chinesa com certeza não é muito alta.

A Tesla sempre teve um elemento de alto risco de pessoas-chave, e esta medida só realça o fato. É difícil ver como ser dono do Twitter torna a sua presença na plataforma um ativo ainda maior para o marketing geral da Tesla, embora seja fácil demais vislumbrar como poderia acabar por enfraquecê-lo. A pergunta de Jeff Bezos a respeito da influência chinesa sobre a empresa é direta ao ponto: que preço de liberdade de expressão, se aqueles que dirigem seu maior mercado futuro não gostam dela?

E daí, dizem os fãs.  Elon tem um histórico de multitarefa. SpaceX, Neuralink, The Boring Company – nenhuma delas o impediu de entregar resultados na Tesla. Por que o Twitter impediria?

A resposta óbvia é que nenhuma das alternativas acima chega perto da sensibilidade política de uma plataforma de comunicação social, num país que nunca está a mais de dois anos das eleições. A segunda resposta óbvia é que Musk pode enfrentar obstáculos para conseguir dar uma guinada numa empresa que tem lutado com consistência para transformar em dinheiro sua base de usuários de centenas de milhões.

"Não me importo com o lado econômico", disse Musk num evento recente da TED, ao falar sobre a sua visão do Twitter como uma plataforma para a liberdade de expressão e robusto debate. Este é o tipo de fala que sustenta a sua amizade com o ex-CEO da empresa, Jack Dorsey, que disse: "confio na sua missão de alargar a luz da consciência". (Dorsey é um dos atuais grandes acionistas que Musk parece querer que continuem como coproprietários depois de fechar o capital do Twitter, reduzindo os seus próprios custos iniciais.)

No entanto, o próprio Dorsey não conseguiu tornar essa visão lucrativa, e o Twitter precisa desesperadamente ganhar dinheiro desde o primeiro dia. A empresa terá de pagar mais de US$ 13 bilhões em dívida, direta ou indiretamente, devido à estrutura do acordo de US$ 44 bilhões, numa altura em que as taxas de juros estão subindo drasticamente. Em comparação, nos dois anos anteriores à pandemia, a empresa arrecadou menos de US$ 400 milhões antes de lucro e impostos – o que não foi o suficiente para cobrir o valor de um ano de financiamento da dívida a 2%.

Outros US$ 12,5 bilhões em dívida são um empréstimo pessoal de margem a Musk, com garantia contra US$ 62,5 bilhões em ações da Tesla detidas por Musk. Tanto os termos desse empréstimo como as próprias diretrizes internas da Tesla limitam o montante que Musk pode tomar em empréstimos contra as suas participações a 20%. Levando-se em conta que mais de metade das 163 milhões de ações de Musk já estão comprometidos com outras dívidas, Musk teria somente uma capacidade limitada de proporcionar garantias adicionais caso o valor das ações da Tesla caísse de forna acentuada.

De acordo com os cálculos da Bloomberg, se as ações caírem abaixo dos US$ 837 (apenas 8% abaixo do seu nível atual), então Musk precisará angariar fundos para prestar a garantia adicional. Como grande parte da fortuna de Musk está vinculada às ações da Tesla, isso provavelmente significaria vendas forçadas. Musk, no entanto, irá torcer para que a ação consiga se manter acima disso até sua próxima onda de de pagamentos de opções - no valor de cerca de US$ 23 bilhões nos termos do seu prêmio de remuneração de 2018. Enquanto os ganhos da empresa no primeiro trimestre parecem ter desencadeado a liberação da maioria dessas opções, lucrar com as suas vendas pode ser complicado se a empresa sofrer um revés e for obrigada a entregar esses bilhões enquanto seus acionistas livres sofrem prejuízos.

Na verdade, a maioria dos analistas de Wall Street - e muito menos a base dedicada de investidores de varejo da Tesla - têm preços-alvo para o ativo confortavelmente acima desse nível-chave de US$ 837. 

Mesmo assim, a realidade é que, mesmo depois de uma queda de 22% em relação a sua máxima histórica em abril, as ações estão sendo negociadas a 117 vezes o lucro mais recente, 10 vezes suas vendas esperadas para 2022 e, mais surpreendentemente, no geral ao mesmo valor de todos os outros nomes mundiais conhecidos no setor automobilístico juntos.

Valuations assim tendem a não sobreviver a ciclos acentuados de aperto monetário. Independentemente das perspectivas de longo prazo para a Tesla, o balanço a curto prazo decididamente parece perigoso.

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