Investing.com – Analistas consideram positiva e racional a integração da Cielo (BVMF:CIEL3) e da Cateno na operação do Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) e Bradesco (BVMF:BBDC4), com possíveis sinergias e ganhos de competitividade para brigar com outros players que vêm conquistando o mercado de adquirência ao oferecer outras soluções bancárias, não somente as “maquininhas”. No entanto, ponderam que o movimento pode ter sido um tanto atrasado.
Em fato relevante divulgado ontem, a Cielo informou que os acionistas controladores Banco do Brasil e Bradesco farão oferta (OPA) de 100% das ações para tirar a companhia da bolsa de valores brasileira. O possível fechamento foi bem recebido no mercado, com alta de 3,78% nas ações às 13h40 (de Brasília), a R$5,22.
“Os bancos como controladores da empresa estão oferecendo pagar R$ 5,35 por ação, um prêmio de 6,4% em relação ao fechamento de ontem. Com o movimento, o BB passaria de 28,65% de participação para 49,99%, enquanto o Bradesco sairia de 30,06% para deter o restante das ações”, detalha a Ativa Investimentos, que considera o movimento positivo para os bancos, ainda que atrasado.
O movimento é uma das primeiras medidas do novo CEO do Bradesco, Marcelo Noronha, que atuou por anos no ramo de cartões, e já foi conselheiro da Cielo por 12 anos. “O movimento ocorre 12 anos depois do Itaú (BVMF:ITUB4) fazer o mesmo com a Rede, o que foi visto como acertado pelo mercado, onde a empresa passou à frente da Cielo na participação do volume transacionado com cartões”, recorda a Ativa, que considera que esse caminho proporciona maior flexibilidade para a instituição financeira. O valuation da Cielo também é mencionado como interessante, com múltiplos inferiores aos pares.
José Daronco, analista da Suno Research, avalia que uma eventual OPA sempre foi uma possibilidade. “Se no passado até fizesse sentido uma empresa de adquirência operar 'de fora' do sistema do próprio banco, hoje a realidade é outra”, argumenta, apontando o aumento da concorrência com players como Stone (NASDAQ:STNE) e PagSeguro (NYSE:PAGS), que ganharam participação no mercado e estão listados no mercado americano.
Para Daronco, a integração da adquirência dentro dos serviços bancários oferecidos pelos bancos faz todo o sentido. “Serve como uma ferramenta para reduzir a inadimplência, dado que pode acessar os recebíveis e o fluxo de caixa das empresas”, completa.
O analista da Suno acredita que o ativo mais valioso da Cielo é a Cateno, uma joint venture entre a Cielo e o Banco do Brasil, que é responsável pela gestão tecnológica de contas de pagamento, cartões, entre outros. “Então, na prática, o Banco do Brasil irá recomprar (ainda que não na totalidade) a participação da Cateno”, conclui.
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Fonte: InvestingPRO
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