Investing.com - Na parte da tarde desta segunda-feira na bolsa paulista, as ações da Cielo (SA:CIEL3) operam com forte queda de 3,83% a R$ 7,29, em dia marcado por ganhos no mercado de ações e pelo feriado nos Estados Unidos, que diminui o volume de negócios. Os investidores receberam mal a notícia de que a companhia desistiu de meta de lucro e reduziu remuneração a acionistas.
Maior credenciadora de cartões do Brasil, a Cielo afirmou nesta sexta-feira que descontinuou a estimativa de lucro líquido para este ano, de 2,3 bilhões a 2,6 bilhões de reais. E definiu em 30% a distribuição de dividendos e juros sobre capital próprio relativos aos segundo, terceiro e quarto trimestres.
"Tais decisões refletem o ambiente competitivo no qual a Cielo está inserida e que tem se tornado mais acirrado ao longo dos últimos meses, em face de ações anunciadas e implementadas por outras companhias do setor", afirmou a Cielo.
No começo do ano, num esforço para agradar investidores temerosos com a longa sequência de perda de mercado e de margens de lucro da companhia, o presidente-executivo da Cielo, Paulo Caffarelli, mantivera o plano de distribuir de 70% a 100% dos resultados em remuneração a acionistas.
Mas agora a companhia mudou de rumo, após uma guinada da concorrência precipitada em abril, quando a maior rival da Cielo, a Rede, do Itaú Unibanco (SA:ITUB4), anunciou que iria zerar a cobrança de juros sobre antecipação de recebíveis para lojistas nas compras pagas com cartão de crédito sem parcelas.
Em entrevista por telefone à Reuters no sábado, Caffarelli disse que a Cielo quer aumentar investimentos em tecnologia, desenvolver novos serviços e produtos e até fazer aquisições. Caffarelli não deu detalhes sobre possíveis alvos de aquisição.
"Queremos aumentar nosso caixa para enfrentar um mercado cada vez mais competitivo”, disse o executivo. No primeiro trimestre, a Cielo aumentou sua participação de mercado pela primeira vez desde meados de 2017.
Recomendação
Uma grande cilada para o investidor, ou como tentar pegar uma faca caindo. É assim que a gestora independente Levante Ideias de Investimento avalia a ação da Cielo após a empresa anunciar na semana passada que está reduzindo a distribuição de lucros aos acionistas de 70% para 30% e revendo suas projeções de ganhos para o ano.
Em relatório que leva o título “Nota de Falecimento”, a Levante avalia que a notícia é negativa para as ações da Cielo (CIEL3) no curto prazo, pois a empresa está sofrendo, e muito, com o aumento da concorrência na “guerra das maquininhas
Com Arena do Pavini e Reuters.