Oi adia balanço e propõe grupamento de ações na proporção 25:1
Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A mineradora Vale (BVMF:VALE3) informou nesta quinta-feira que seu lucro líquido caiu 24%, para US$2,12 bilhões, no segundo trimestre ante o mesmo período do ano passado, quando houve resultados não recorrentes que elevaram os resultados da mineradora.
O resultado líquido, entretanto, foi bem acima do esperado por analistas de mercado, que previam US$1,44 bilhão.
O lucro líquido proforma, que exclui itens não recorrentes ou sem efeito caixa, ficou igual em US$2,12 bilhões e representou uma alta de 6% na comparação com o mesmo período no ano passado, refletindo o efeito positivo da variação cambial no resultado financeiro durante o período, segundo a Vale.
Com isso, a mineradora -- uma das maiores produtoras de minério de ferro do mundo -- aprovou US$1,448 bilhão em juros sobre capital próprio a serem pagos aos acionistas em setembro, implicando em um dividend yield anualizado de 7%.
"Entregamos mais um trimestre sólido, refletindo nosso foco na excelência operacional e na disciplina de execução, seguindo no caminho certo para cumprir nossos guidances de 2025", disse no relatório financeiro trimestral o presidente da Vale, Gustavo Pimenta.
"Conforme avançamos na nossa estratégia de fortalecimento do nosso portfólio flexível de produtos, estamos entregando redução de custos ao mesmo tempo em que construímos uma maior resiliência, que nos ajudará a navegar bem em qualquer cenário de mercado."
A empresa anunciou também a obtenção da licença prévia para o projeto de cobre Bacaba, parte do Programa Novo Carajás, e o início do comissionamento do projeto de níquel do segundo forno de Onça Puma, no Pará.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou US$3,39 bilhões entre abril e junho deste ano, queda de 15% ante o mesmo período de 2024, com impacto de uma queda dos preços do minério de ferro.
Em contrapartida, a empresa pontuou que "o forte desempenho dos segmentos de cobre e níquel, aliado ao menor custo caixa C1 de minério de ferro, compensaram parcialmente os menores preços de commodities".
Junto com o resultado, a mineradora revisou suas estimativas para o "custo all-in" do cobre em 2025 para entre US$1,5 mil e US$2 mil por tonelada, contra US$2,8 mil a US$3,3 mil anteriormente, atribuindo o movimento a um "sólido desempenho operacional do negócio e os preços do ouro como subproduto acima das expectativas".
O preço médio realizado dos finos de minério de ferro da Vale foi de US$85,1 por tonelada entre abril e junho, queda de 13% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O custo caixa C1 no minério de ferro(excluindo compras de terceiros), que se refere ao custo de produção da mina ao porto de embarque, porém, caiu 11%, para US$22,2 por tonelada no segundo trimestre ante o mesmo período de 2024, marcando o quarto trimestre consecutivo de queda na comparação anual.
Já o custo all-in de finos e pelotas, referente ao custo de entrega do produto na China, teve queda de 10%, para US$55,3 por tonelada, na mesma comparação.
Na semana passada, a companhia havia divulgado uma alta de 3,7% na produção de minério de ferro no segundo trimestre ante o mesmo período do ano passado, para 83,6 milhões de toneladas, com um "forte" desempenho da planta de Brucutu, em Minas Gerais, e um novo recorde para o período na mina S11D, no Pará.
As vendas, por outro lado, caíram 3% na mesma comparação, para 77,3 milhões de toneladas.
A receita líquida de vendas da mineradora no segundo trimestre, por sua vez, caiu 11% ante um ano antes, para US$8,80 bilhões.
A geração de fluxo de caixa livre recorrente no trimestre foi de US$1 bilhão, o que contribuiu com que a dívida líquida expandida da mineradora -- que inclui os compromissos de reparação de Mariana e Brumadinho -- caísse cerca de US$800 milhões em relação ao primeiro trimestre, para US$17,4 bilhões.
Já o capex da Vale entre abril e junho deste ano somou US$1,1 bilhão, queda de mais de US$200 milhões no comparativo anual, mas em linha com sua projeção de US$5,9 bilhões para o ano.