Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - A expectativa de prolongamento da elevada liquidez global manteve os investidores na ponta compradora de ações na bolsa paulista, cujo principal índice cravou a sétima alta seguida nesta sexta-feira, para nova máxima histórica.
Após movimento errático nas primeiras horas da sessão, o Ibovespa firmou-se no azul, apoiado em blue chips, para fechar em alta de 0,4%, chegando ao inédito fechamento em 130.125,78 pontos. O giro financeiro do pregão, espremido entre feriado e o final de semana, somou 33,1 bilhões de reais.
O mote do dia foi o esperado dado de criação de empregos nos Estados Unidos em maio. O número veio abaixo das previsões, o que foi interpretado como motivo para o Federal Reserve (banco central do país) seguir com sua política monetária expansionista.
Em Wall Street, os três principais índices - Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq - fecharam com altas robustas. O apetite por risco inflou moedas de países emergentes, como o real, em nova máxima desde dezembro.
Com a combinação de alta das ações e apreciação do câmbio, o Ibovespa em dólar já sobe 35,5% desde a mínima no ano registrada no começo de março.
Segundo profissionais do mercado, esse movimento reflete melhores expectativas de retomada econômica diante do avanço da vacinação contra Covid-19, o que foi expresso nos dados do PIB brasileiro do primeiro trimestre, divulgados nesta semana, e que vieram bem acima das expectativas.
"O destaque foi a alta dos bancos, principal porta de entrada dos investidores estrangeiros na bolsa brasileira por conta da ampla liquidez", afirmou Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.
DESTAQUES
- ITAÚ UNIBANCO subiu 2,09%, sendo a terceira ação mais negociada do dia. SANTANDER BRASIL ganhou 3,02%, seguida por BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3), evoluindo 1,56%.
- PETROBRAS cresceu 1,57%, na cola do impulso nos preços internacionais do barril do petróleo.
- VALE (SA:VALE3) caiu 1,66%, destoando do conjunto do mercado. A mineradora foi notificada sobre interdição de atividades perto da barragem Xingu, levando à paralisação na circulação de trens em um ramal da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), no complexo de Mariana (MG).
- CSN (SA:CSNA3) perdeu 2,08%, reforçando o destaque negativo do setor de metais. O governo mineiro obteve liminar obrigando a CSN a adotar medidas para evitar o rompimento de barragem da Mina de Fernandinho, em Rio Acima.
- IGUATEMI avançou 5,02%, com o setor de shopping centers voltando a brilhar, sublinhando a visão mais positiva de investidores com ações ligadas à retomada da economia. MULTIPLAN teve apreciação de 4,8%, enquanto BRMALLS cresceu 4,35%.
- BRF (SA:BRFS3) cedeu 2,5%. A Marfrig (SA:MRFG3), que caiu 1,3%, informou na véspera que elevou sua fatia na BRF para cerca de 31,66% do capital. Desde meados de maio até quarta, o papel da BRF acumulou alta superior a 40%.