Por Gabriel Codas
Investing.com - Na parte da manhã desta terça-feira, as ações da Alupar (SA:ALUP11) são negociadas com desvalorização, indo na contramão da alta do Ibovespa hoje. A companhia informou, ontem após fechamento do mercado, que nos três primeiros meses teve lucro líquido de R$ 72 milhões, ficando abaixo do esperado pelo BTG Pactual, que estimava de R$ 96 milhões, impulsionado por um resultado financeiro pior do que o esperado e uma taxa tributária mais alta.
Por volta das 11h06, os papéis eram negociados com queda de 0,28% a R$ 25,03. O Ibovespa registrava alta de 1,62% a 90.056 pontos, máxima desde março.
A companhia apresentou receita líquida de R$ 478 milhões, um ritmo superior à estimativa do banco, que era de R$ 442 milhões. O ritmo pode ser atribuído à EDTE, que entrou em operação no final de janeiro e aumentou as receitas em R$ 15 milhões.
Apesar de uma linha superior mais forte, o EBITDA de R$ 366 milhões ficou em linha com o esperado (R$ 367 milhões), afetado principalmente por custos de compra de energia acima do esperado e valores operacionais.
A equipe do BTG (SA:BPAC11) destaca que, após a suspensão do leilão de transmissão programado para junho, a ANEEL lançou uma consulta pública para realizar um leilão de capex de R$ 10 bilhões em dezembro. Com inúmeros pequenos blocos, eles acreditam que será outro leilão competitivo. Dado o cenário atual do Brasil de custos de financiamento mais altos, maior demanda por liquidez e um caminho ainda incerto à frente em termos de impactos financeiros causados por coronavírus, também começam começar a ver oportunidades surgindo em brownfield.
Os analistas veem a empresa negociando com uma TIR real implícita de 8,2%, o que, ainda representa uma avaliação atraente (ERP de ~ 550bps para títulos do tesouro da Brz com duração semelhante). E quando seus projetos, atualmente em construção, começarem a entrar em ação, a alavancagem cairá e será possível ver pagamentos mais altos. Diante desse cenário, eles enxergam a Alupar gerando dividendos mais fortes (acima de 10%) nos próximos anos.
O preço-alvo, de R$ 30,00, é derivado do DDM e descontado à taxa real de 6,0% kE.