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Investing.com -- Os mercados acionários internacionais começaram o ano em alta, com destaque para as bolsas europeias, que tiveram uma recuperação moderada, após um desempenho fraco no ano anterior. No entanto, estrategistas do Barclays (LON:BARC) alertam que o mercado ainda está vulnerável, especialmente devido à imprevisibilidade das políticas comercial e doméstica do presidente dos EUA, Donald Trump.
A postura de Trump em relação a acordos internacionais com países como Colômbia, México e Canadá reforça seu caráter transacional. Mesmo assim, as mudanças frequentes de estratégia podem prejudicar a confiança dos investidores e afetar os processos de tomada de decisão.
Apesar do cenário de incerteza, o Barclays destaca que os principais motores do mercado de alta—como lucros resilientes e bancos centrais focados no crescimento—permanecem amplamente intactos.
“Lidar com os impactos das manchetes pelos próximos quatro anos pode ser desafiador para os investidores, mas recomendamos ignorar o ruído e manter a calma”, escreveram os estrategistas liderados por Emmanuel Cau em um relatório divulgado na quarta-feira.
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A instituição reconhece que as tarifas comerciais representam uma incerteza significativa para a Europa, mas avalia que a região já precificou um risco elevado. Além disso, pode se beneficiar do avanço da IA e do setor de tecnologia, da estabilização dos dados econômicos e da continuidade da flexibilização monetária pelo Banco Central Europeu (BCE).
Outros fatores que podem impulsionar o mercado incluem as eleições na Alemanha, um possível cessar-fogo na Ucrânia e a redução das incertezas fiscais na França.
Nos EUA, políticas pró-crescimento, como desregulamentação e cortes de impostos, podem continuar sustentando o mercado. No entanto, o Barclays alerta que as altas avaliações e os primeiros sinais de fraqueza no setor de IA indicam que as ações americanas têm pouca margem para erro.
Diante disso, o banco mantém posição neutra ("market weight" - MW) entre ações europeias e americanas.
O Barclays também ajustou sua alocação setorial, reduzindo a exposição ao risco devido ao aumento da volatilidade nos mercados e ao desempenho expressivo de alguns setores. A instituição encerrou sua posição "underweight" (abaixo da média) em Telecomunicações e voltou a reduzir o setor Automotivo para "underweight".
Para os próximos trimestres, os estrategistas esperam uma desaceleração moderada do crescimento global em 2025, com a economia dos EUA mantendo resiliência devido ao impacto dos cortes de juros no consumo, à força do mercado de trabalho e ao processo de desinflação—mesmo com os possíveis impactos negativos das políticas de Trump sobre crescimento e inflação.
Já o crescimento da zona do euro deve estagnar em torno de 0,6%, com algum suporte vindo de novos cortes do BCE e de um euro mais fraco. Na China, a expansão pode desacelerar para 4,3%, diante das tensões comerciais e da demanda interna enfraquecida.
Do ponto de vista de valoração, os estrategistas observam que, embora o índice CAPE ajustado ao ciclo econômico sugira retornos mais baixos à frente, as ações europeias ainda negociam abaixo da média histórica, mesmo após a recente recuperação, e seguem mais atrativas em relação a crédito e renda fixa.
“Questões geopolíticas podem fazer com que as ações europeias continuem negociadas com um prêmio de risco elevado, mas ainda vemos espaço para uma reprecificação mais moderada à medida que o ciclo se prolonga e alguns riscos extremos diminuem”, concluíram os analistas.
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