Investing.com – Após o governo de Minas Gerais protocolar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) visando facilitar o andamento de desestatizações no estado, analistas acreditam que o movimento pode favorecer os processos e aumentar as chances de êxito na privatização de companhias como Copasa (BVMF:CSMG3) e Cemig (BVMF:CMIG4). No entanto, ponderam que ainda há um longo caminho pela frente após esse pontapé inicial.
A PEC busca alterar o quórum necessário para aprovação da transformação de empresas públicas em privadas de três quintos para simples, assim como dispensar a necessidade de referendo popular sobre o tema.
Na visão da Ativa Investimentos, a iniciativa é positiva para as duas ações, que podem ser reprecificadas pelo mercado no futuro, mesmo com volatilidade prevista enquanto a matéria tramitar na Assembleia Legislativa estadual, cerca de 40 dias.
“Acreditamos que o protocolo das intenções por parte do governo é um indicativo que este pode ter o apoio necessário para mover os seus planos adianta”, afirma a Ativa.
“Destacamos que a disposição do Governo de MG em desestatizar ativos era manifesta desde o seu primeiro mandato e a formalização do protocolo evidencia que, passados cinco anos desde então, há mais confiança em atingir os seus objetivos”, conclui a Ativa, ao indicar que ainda permeiam dúvidas sobre o modelo de privatizações e uma série de outros detalhes.
Segundo o banco BTG (BVMF:BPAC11), ainda há um longo caminho a percorrer, mas a proposta definitivamente é um bom começo. De acordo com os analistas Joao Pimentel, Gisele Gushiken e Maria Resende, ainda que a matéria seja aprovada, a privatização da Cemig e da Copasa ainda exigiria aprovação de um projeto de lei no parlamento estadual.
“Ainda parece muito cedo dizer qual privatização (Cemig ou Copasa) acontecerá (ou alguma) ao final deste processo. Mas o fato de o governo ter protocolado esta PEC hoje nos leva a acreditar que eles estão muito confiantes na sua aprovação, o que constitui um sinal positivo para a agenda das privatizações”, completa o BTG, que lembra que o governo quer concluir todos estes processos até 2026.
O BTG avalia que a privatização da Copasa deve enfrentar menos resistência do que a da Cemig, assim como a XP Investimentos (BVMF:XPBR31). A XP concorda que a notícia positiva para Cemig e Copasa, o que pode ser avaliado como “o primeiro passo no longo caminho para a privatização”. A XP também entende que o governo só enviaria a proposta se tivesse confiança na chance de aprovação, mas pondera que seguem “questões a serem resolvidas antes que essa batalha seja vencida”.
Os analistas Vladimir Pinto e Maíra Maldonado citam, entre os próximos passos, a aprovação de projeto sobre as privatizações de cada empresa e a escolha do modelo. Ainda, seria preciso avaliar se Gasmig seria vendida junto com a Cemig ou separadamente.
Às 14h53 (de Brasília) desta terça, 22, as ações da Copasa registravam alta de 2,93%, a R$19,65, enquanto os papéis preferenciais da Cemig perdiam 0,98%, a R$12,09.