SÃO PAULO (Reuters) - A Copel (BVMF:CPLE6) não venderá sua participação na distribuidora de gás Compagás se o processo junto a interessados não chegar a um valor considerado "adequado", disse nesta sexta-feira o CEO da companhia elétrica, Daniel Slaviero.
Em teleconferência de resultados, o executivo ressaltou que a companhia não fará o desinvestimento a qualquer preço, por considerar que se trata de um ativo "super premium".
"Nossa prioridade não é o prazo, mas sim a maximização do valor desse ativo. Até porque, se não chegarmos a um valor que consideramos adequado pela empresa, nós simplesmente não iremos vender a Compagás."
Slaviero disse que a companhia está "dando espaço" para que o mercado possa apresentar mais propostas vinculantes pelo ativo e que deverá tomar uma decisão sobre venda ou não até o fim de junho.
"Agora ela (Compagás) está com campo fértil para poder crescer e gerar valor. O que nos leva a discutir a questão da (alienação da) Compagás é sempre a agenda estratégica, de descarbonização, de que podemos ganhar muito mais escala em geração renovável e eventualmente distribuição, expandindo para fronteiras além do Paraná", afirmou o CEO.
A Copel detém 51% do capital social da Compagás, com o restante das ações distribuídas entre Commit Gás (24,5%) e Mitsui Gás e Energia do Brasil (BVMF:ENBR3) (24,5%).
Ao comentar sobre aquisições, Slaviero disse que a empresa não está participando do processo de aquisição de ativos da AES Brasil (BVMF:AESB3), uma vez que está focada agora em outras frentes de trabalho após sua privatização.
Ele notou, porém, que a companhia voltará a avaliar aquisições com mais afinco a partir de 2025 e que buscará ativos renováveis, não descartando hidrelétricas.
PREÇOS DE ENERGIA
Os executivos da Copel avaliaram durante a teleconferência que os preços de energia no Brasil devem mostrar mais volatilidade, depois de dois anos de valores praticamente no piso devido às boas condições hidrológicas até então e ao cenário de sobreoferta de energia.
Já neste ano, as chuvas têm frustrado as previsões e a expectativa é de um encerramento até antecipado do período úmido, disse Slaviero.
"No final do último trimestre, (na venda de energia) fomos um pouco mais conservadores... e no primeiro trimestre, aproveitamos algumas oportunidades, mas também sem muitos excessos", acrescentou o CEO.
(Por Letícia Fucuchima)