Moraes vê "irregularidade isolada" de Bolsonaro em rede social e alerta sobre prisão em caso de reincidência
Investing.com – As bolsas asiáticas ampliaram as perdas nesta segunda-feira, em meio à deterioração do cenário comercial global. O movimento foi desencadeado pela imposição de tarifas generalizadas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na semana passada, e agravado pela resposta da China, que também adotou medidas tarifárias sobre produtos norte-americanos.
Japão, China e Hong Kong encabeçaram os recuos na região, com quedas profundas em seus principais índices. Coreia do Sul, Cingapura e Austrália também apresentaram desempenho negativo, refletindo a crescente aversão ao risco entre investidores.
A sessão desta segunda seguiu o clima adverso registrado em Wall Street na sexta-feira anterior, quando os índices acionários norte-americanos sofreram perdas acentuadas. No agregado semanal, a maior parte dos mercados asiáticos acumulou desempenho negativo.
Os contratos futuros dos principais índices dos Estados Unidos registraram declínio expressivo nas negociações asiáticas, elevando as preocupações de que os mercados estejam diante de uma nova "Black Monday", ou segunda-feira de pânico, como a ocorrida em 1987.
O pacote tarifário divulgado por Trump em 2 de abril prevê uma alíquota de 10% sobre todas as importações, além de tributos direcionados que podem atingir 49% para determinados países. No caso da China, o total de tarifas aplicadas chega a 54%, somando-se aos 20% que já estavam em vigor. Como contrapartida, Pequim instituiu uma tarifa de 34% sobre uma ampla gama de bens importados dos EUA, incluindo produtos agrícolas, insumos energéticos e componentes tecnológicos.
Trump afirmou no domingo que essas medidas são, segundo ele, a única forma de reequilibrar os déficits comerciais dos EUA com a China e a União Europeia, e reiterou que as tarifas permanecerão em vigor. A escalada protecionista reacendeu os temores de desaceleração do comércio internacional, pressionando as economias asiáticas que têm forte dependência das exportações para os Estados Unidos — caso de China, Japão e Coreia do Sul.
No Japão, o índice Nikkei 225 chegou a recuar 9%, atingindo o menor patamar desde o início de novembro de 2023, com queda de 7,68%. O TOPIX, indicador mais abrangente da bolsa japonesa, registrou baixa superior a 8%.
Na Austrália, o S&P/ASX 200 caiu até 6,5%, alcançando o menor nível em um ano. Na China, o índice Shenzhen CSI 300, composto por ações de primeira linha, recuou quase 6%, assim como o Shanghai Composite. Ambos os índices atingiram o patamar mais baixo desde o fim de setembro de 2024.
Em Hong Kong, o Hang Seng desabou mais de 9%, renovando a mínima desde o início de fevereiro. Cingapura também sofreu pressão, com o Straits Times Index em queda de 7%. Nas Filipinas, o PSEi Composite perdeu 4%, enquanto os futuros do Nifty 50, da Índia, recuaram mais de 1%.
Na última sexta-feira, os mercados da China, de Hong Kong e de Taiwan não operaram, devido a um feriado.