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Credit Suisse eleva Bradesco e corta BB em revisão de preferências entre bancos

Publicado 05.06.2023, 11:50
Atualizado 05.06.2023, 12:26
© Reuters. Ilustração mostra logo do Bradesco
1/12/2021
REUTERS/Dado Ruvic/Illustration
BBAS3
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BBDC4
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SANB11
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SÃO PAULO (Reuters) - Analistas do Credit Suisse (SIX:CSGN) reavaliaram suas preferências entre as ações dos grandes bancos brasileiros, reiterando "outperform" para Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) com a avaliação de que segue sendo seu preferido entre as principais instituições, enquanto elevaram a recomendação de Bradesco (BVMF:BBDC4) para "neutra", rebaixaram Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) para "neutra" e mantiveram Santander Brasil (BVMF:SANB11) com "underperform".

Em relatório a clientes, eles destacaram que após um longo e acentuado ciclo de aperto monetário, com a Selic passando de 2% em março de 2021 para 13,75% em agosto de 2022, o mercado prevê o início de quedas no segundo semestre do ano. E, segundo eles, bancos, em média, tiveram desempenho melhor do que o Ibovespa nos ciclos de flexibilização e em linha no seis meses antes dos cortes.

"Analisamos oito ciclos de flexibilização monetária desde os anos 2000. Com base em nossa análise, descobrimos que grandes bancos -- Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Santander Brasil -- superaram o Ibovespa em 10,7% (anualizado) em média, com forte desempenho absoluto de 33% ao ano, com bancos superando em cinco dos ciclos", afirmam.

Lembrando que mercados antecipam os movimentos, Marcelo Telles e equipe explicam que estavam particularmente interessados no desempenho das ações nos meses anteriores aos ciclos de alívio. "Curiosamente, descobrimos que os grandes bancos tiveram desempenho bastante em linha com o Ibovespa menos de seis meses antes do início do ciclo em -1,2%, em média."

Considerando essa análise e o comportamento das ações dos bancos desde março, eles avaliam que o mercado parece ter antecipado um pouco o desempenho esperado.

No caso de Itaú, o Credit Suisse também elevou o preço-alvo para 33 reais, de 30 reais antes, avaliando que, com maior upside, menor risco para o lucro e valuation descontada para o que consideram ser justo, é a melhor opção para navegar nos próximos 12 meses.

"O banco às vezes não é percebido como uma boa opção em ciclos de flexibilização, mas vemos uma mistura de fatores cíclicos e estruturais colocando o banco como uma forte opção para este, como uma boa posição de capital para acelerar e forte foco no digital, que é uma importância relativamente crescente versus pegada."

Bradesco, além da melhora na recomendação, teve o preço-alvo elevado de 15 para 18 reais, com os analistas atribuindo a decisão ao valuation das ações.

"Continuamos vendo maiores riscos para os lucros em relação ao Itaú Unibanco -- principalmente relacionados à qualidade dos ativos -- e esperamos que o ROE (retorno sobre o patrimônio) do Bradesco fique em linha com Ke (custo capital próprio) apenas em 2025 -- ROE de 15,8%", observam, citando que ambos os bancos estão com múltiplos (P/L de 2024) em linha em 6,5 vezes.

BB foi rebaixado, segundo eles, após forte valorização e expectativa de desaceleração do crescimento dos lucros em razão de esperadas taxas de juros mais baixas. O preço-alvo, porém, passou de 51 para 52 reais.

Em relação a Santander Brasil, o preço-alvo passou de 29 para 33 reais. A equipe do Credit Suisse avalia, porém, que os papéis estão sendo negociados com um prêmio em relação a Itaú que não se justifica, considerando o ROE estruturalmente maior do Itaú.

© Reuters. Ilustração mostra logo do Bradesco
1/12/2021
REUTERS/Dado Ruvic/Illustration

No mesmo relatório, Telles e equipe também afirmam que Nu é "top pick" ao lado de Itaú, com recomendação "overweight", e que continua a ser uma história convincente e uma boa opção de ação de crescimento para navegar no próximo ciclo de flexibilização. Nesse caso, o preço-alvo foi elevado de 6,50 para 8,50 dólares.

Na B3 (BVMF:B3SA3), por volta de 10:45, as preferenciais do Bradesco subiam 0,75%, a 16,16 reais, enquanto as do Itaú caíam 0,33%, a 27 reais. BB ON cedia 0,69%, a 44,56 reais, e as units do Santander Brasil recuavam 0,3%, a 29,7reais. Em Nova York, Nu tinha declínio 0,72%, a 6,92 dólares.

 

(Por Paula Arend Laier; Edição de Pedro Fonseca)

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