Por Laura Sanchez
Investing.com – A perspectiva de recessão nos países desenvolvidos continua alimentando projeções pessimistas dos analistas do mercado financeiro para o próximo ano.
Ontem, o Deutsche Bank afirmou que os Estados Unidos devem entrar em recessão ano que vem e estima que os mercados podem cair até 25%.
De fato, como ressaltou Alba Puerro, trader e cofundadora da SalaParaTraders, “o Federal Reserve aponta que as maiores chances de uma recessão nos próximos 12 meses nos EUA são de 45% (as maiores da história)”.
“Se o Fed considera uma chance de 45% de recessão, a probabilidade claramente é muito maior”, destaca a analista.
Da mesma forma, Mike Wilson, estrategista-chefe de ações americanas e diretor-chefe de investimento do Morgan Stanley (NYSE:MS), prevê que as ações sofrerão uma queda de dois dígitos no início de 2023.
Wilson, cujo alvo para o S&P 500 é de 3.900 pontos, alerta que as empresas dos EUA estão se preparando para divulgar uma onda de revisões para baixo das estimativas de resultados, o que atingirá em cheio as ações.
“Essa é a trajetória. Ninguém se importa com o que vai acontecer daqui a 12 meses. Eles precisam lidar com o próximo período de três a seis meses”, declarou Wilson à CNBC ontem, terça-feira. “É por isso que acreditamos que ainda pode haver uma queda significativa. Portanto, a expectativa é que vejamos muita volatilidade daqui para frente".
Com isso, o S&P 500 pode cair mais 24% até o início de 2023.
“O bear market não acabou”, vaticinou Wilson. “Veremos mínimas muito mais baixas se nossas previsões de resultados estiverem corretas”, concluiu.
Apesar desse cenário para o próximo ano, Wilson acredita que “não é o momento de vender tudo”, pois espera que haja alguns movimentos de alta nas próximas semanas.