SÃO PAULO (Reuters) - A aceleração dos dados de tráfego deu impulso ao resultado operacional da CCR (SA:CCRO3) no terceiro trimestre, mas a última linha do balanço foi impactada pelo cálculo de maiores perdas com a MSVia, braço da empresa no Mato Grosso do Sul.
A administradora de concessões de infraestrutura anunciou nesta segunda-feira que teve lucro líquido de 340,2 milhões de reais no período, queda de 6,9% ante mesma etapa de 2018. O número veio abaixo da previsão média de analistas consultados pela Refinitiv, de 445,1 milhões de reais.
Segundo a CCR (SA:CCRO3), a queda refletiu sobretudo o efeito não recorrente decorrente de uma baixa de 30,8 milhões referentes a impostos diferidos sobre diferenças temporárias ativas em razão de análise de recuperabilidade da MSVia.
O resultado operacional da CCR (SA:CCRO3) medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou 1,53 bilhão de reais, aumento de 21,4% ano a ano. A margem Ebitda subiu 3,2 pontos percentuais, para 63,4%.
Essa evolução refletiu o crescimento de 15,3% da receita líquida, para 2,41 bilhões de reais. De julho a setembro, o tráfego consolidado cresceu 6%, influenciando pelo início das operações da ViaSul. Usando bases comparáveis, o crescimento foi de 2%.
De todo modo, o Ebitda também foi menor do que a previsão média dos analistas da Refinitiv, de 1,63 bilhão de reais.
Segundo o diretor de relações com investidores da CCR (SA:CCRO3), Arthur Piotto, os resultados do terceiro trimestre já eliminam os efeitos não recorrentes derivados da greve dos caminhoneiros, em maio do ano passado, que prejudicaram fortemente a atividade econômica do país.
De acordo com o relatório de resultados, a isenção da cobrança de eixos suspensos dos caminhões vazios, uma das consequências da greve, representaram perda de receita de pedágio de cerca de 88,1 milhões de reais no trimestre e de 392,1 milhões de reais desde o início das isenções.
A decisão, que impacta as concessionárias de rodovias, é passível de reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos. Segundo Piotto, as conversas a respeito estão em andamento, mas ainda não há previsão para a aplicação desse ajuste.
Ainda segundo Piotto, a CCR deve fechar 2019 com investimentos totais de 1,7 bilhão de reais, ante previsão inicial de 2,2 bilhões de reais para o período.
(Por Aluísio Alves)