Decom recomenda medidas antidumping sobre exportações de polietileno dos EUA e Canadá ao Brasil

Publicado 21.08.2025, 07:46
Atualizado 21.08.2025, 13:05
© Reuters

(Reuters) - O Departamento de Defesa Comercial (DECOM) recomendou a aplicação provisória de medidas antidumping sobre as exportações de resinas de polietileno originárias do Canadá e dos Estados Unidos após verificar dano à indústria doméstica causado pela prática, conforme circular publicada pelo Diário Oficial da União nesta quinta-feira.

O órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços recomendou a aplicação de direito provisório, por um período de até seis meses, de US$238,49 por tonelada para as exportações de resinas oriundas do Canadá e R$199,04 por tonelada para as exportações dos EUA. Os números foram calculados incluindo um redutor de 10% sobre as margens de dumping.

"Saiu dentro do tempo normal e com o resultado esperado", disse o presidente-executivo da Abiquim, André Cordeiro, avaliando que a medida vai ajudar a reduzir o nível de ociosidade das fábricas de polietileno do país, atualmente ao redor de 40%. A Braskem (BVMF:BRKM5), autora do pedido da investigação antidumping, é a única produtora de polietileno do Brasil, disse Cordeiro.

Às 12h39, as ações da Braskem exibiam queda de 0,25%, cotadas a R$7,90, praticamente em linha com o desempenho do Ibovespa. Na véspera, os papéis fecharam em alta de 2,59%.

"Sem dúvida, no curto prazo, terá impacto (no mercado interno) porque vai diminuir o mercado tomado por esses produtos" alvo da medida antidumping, disse o presidente da Abiquim.

A decisão veio em meio ao tarifaço dos Estados Unidos, que passou a cobrar neste mês 50% de sobretaxa sobre importações de produtos brasileiros, e de sanções impostas por Washington contra ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Foi absolutamente coincidente. A discussão (sobre o antidumping) acontecia há algum tempo", disse Cordeiro. "Não se pode deixar de tomar uma decisão diante de indício absolutamente claro. Foi isso que defendemos com o governo. O risco de parecer ser uma resposta ao tarifaço não pode impedir de se tomar uma decisão que não tem nada a ver com isso", acrescentou.

Atualmente, o Brasil é o quarto maior mercado do mundo de polietileno, um insumo usado na produção de itens que incluem embalagens flexíveis, rígidas e autopeças. Acima do Brasil estão China, EUA e Alemanha, segundo os dados da Abiquim.

Segundo o despacho publicado no Diário Oficial, a medida visa impedir a ocorrência de dano à indústria doméstica e a investigação iniciada no final de julho do ano passado teve o seu prazo de conclusão prorrogado para 18 meses.

(Por Michael Susin em Barcelona e Alberto Alerigi Jr. em São Paulo)

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