Por Sam Boughedda
A Delta Air Lines (SA:DEAI34) (NYSE:DAL) espera que sua receita do trimestre de junho se recupere totalmente para os níveis de 2019, impulsionada pela ampla demanda e força dos preços nas viagens internacionais, comerciais e de consumo, disse a empresa na quarta-feira.
Antes, a companhia aérea já havia anunciado esperar que a receita ajustada se situe entre 93% e 97% dos níveis pré-pandemia. No entanto, ela agora vislumbra as receitas da unidade entre 7 e 8 pontos acima do esperado, com a capacidade de 1 a 2 pontos abaixo do previsto.
A Delta acredita que a receita ajustada ficará entre US$ 12,4 bilhões e US$ 12,5 bilhões no segundo trimestre.
Enquanto isso, uma margem operacional de 13% a 14% é entre 3 e 4 pontos inferior à de 2019. Mas isto se deve à menor capacidade e ao aumento de 70% nos preços dos combustíveis.
A atual expectativa é que o preço médio do galão de combustível no 2º trimestre se situe entre US$ 3,60 e US$ 3,70, uma alta na comparação com a projeção anterior de US$ 3,20 a US$ 3,35.
Apesar das pressões inflacionárias e dos preços dos combustíveis, as companhias aéreas esperam tirar proveito de uma disparada na demanda durante o verão do hemisfério norte, à medida que as viagens começam a voltar aos níveis pré-pandemia.
Helane Becker, analista da Cowen, manteve a classificação de Market Perform e o preço-alvo de US$ 54 para a ação, na sequência da atualização das projeções da Delta. Becker disse em relatório aos clientes que "está animada que a Delta esteja aumentando sua receita total ajustada e a projeção da margem ajustada de EBIT ajustada apesar de um ambiente operacional desafiador".
"A capacidade mais baixa irá alavancar os custos da unidade não relacionados a combustível. A alta das despesas de venda relacionadas a receitas e dos investimentos em confiabilidade operacional também estão pressionando o valor do custo por assento disponível-quilômetro, excetuando combustível, da Delta", escreveu a analista.
"Classificamos este ativo como Market Perform devido a preocupações de curto prazo sobre a capacidade da Delta de apresentar desempenho superior num ambiente onde as restrições limitam as viagens internacionais", Becker acrescentou.
Além disso, Catherine O'Brien, analista do Goldman Sachs, elevou o preço-alvo de sua firma para a Delta para US$ 45, embora o alvo anterior já fosse de US$ 44.
A analista explicou que a movimentação da Delta era semelhante à de outras empresas do setor, que divulgaram atualizações nas últimas semanas.
"A Delta também cortou os planos de capacidade, impulsionando certa pressão extra por unidade, a qual, combinada com o combustível mais caro e as melhores perspectivas de receita já mencionadas, resulta no aperto da projeção ajustada da margem operacional da empresa para a faixa superior do intervalo de antes (agora 13% a 14% vs. 12% a 14% anteriores). Consequentemente, estamos elevando a nossa previsão de LPA para o trimestre de junho, para US$ 1,85 (vs consenso FactSet de US$ 1,45) em relação aos US$ 1,65 anteriores", disse O'Brien, mantendo a classificação Neutro.
As ações da Delta fecharam em queda de 5,09% nesta quarta-feira.