Ação identificada por IA em setembro já sobe +12% no mês e promete mais
Investing.com - A Deutsche Telekom negociou em baixa na terça-feira após o acordo de US$ 17 bilhões da SpaceX para comprar licenças de espectro AWS-4 e H-block da Echostar.
A queda sinalizou preocupação dos investidores sobre até que ponto a Starlink, unidade de satélite da SpaceX, poderia desafiar as operadoras de telecomunicações dos EUA, incluindo a T-Mobile US, a joia da coroa no portfólio da Deutsche Telekom.
Atualmente, a T-Mobile US utiliza os serviços da Starlink para cobrir aproximadamente 13% do território dos EUA onde redes celulares não estão disponíveis.
O serviço, restrito a mensagens de texto, é comercializado para preencher "zonas mortas". Analistas da Bernstein observaram que a posição mais ampla de espectro da Starlink "deve aumentar a gama de serviços além de SMS disponíveis para os clientes", o que poderia melhorar a receita média por usuário da T-Mobile. Ainda assim, "qualquer aumento provavelmente será repassado à Starlink pelo uso de seu serviço".
O risco maior é se a Starlink continuará como parceira ou eventualmente se transformará em concorrente.
"Em princípio, a Starlink poderia usar sua posição aprimorada de espectro para competir diretamente com a TMUS (assim como com a AT&T e VZ) em todo o território dos EUA", afirmou a Bernstein. Tal mudança poderia desencadear pressão de preços em toda a indústria.
No entanto, a corretora destaca os obstáculos para a Starlink alcançar esse objetivo. Satélites de órbita terrestre baixa reduzem a latência em comparação com redes geoestacionárias tradicionais, mas também trazem complicações técnicas.
Os satélites se movem constantemente, criando problemas de transferência, e a cobertura frequentemente é desperdiçada em áreas de baixa população.
A comunicação por satélite também requer linha de visão, o que é mais difícil de manter em ambientes urbanos.
A qualidade do serviço pode ser interrompida por condições climáticas adversas. A Bernstein acrescentou que se a Starlink construísse sua própria base móvel, "eles poderiam precisar subsidiar aparelhos... o que poderia adicionar custos significativos além das taxas que a Starlink precisaria pagar para usar o espectro da SpaceX".
Apesar da incerteza, a Bernstein reafirmou sua posição positiva sobre a Deutsche Telekom.
"Devido aos obstáculos significativos a superar (para se tornar um desafiante credível no mercado móvel dos EUA), esperamos que a Starlink permaneça como parceira em vez de se transformar em concorrente da TMUS", disseram os analistas.
O cenário financeiro reforça essa visão. As ações da Deutsche Telekom fecharam em €31,63 em 5 de setembro, contra um preço-alvo de €40, implicando um potencial de alta de 26%.
O lucro por ação reportado foi de €1,89 em 2024, com estimativas de €1,99 em 2025 e €2,24 em 2026. O índice preço/lucro reportado ficou em 16,7x em 2024, com previsões de 15,9x e 14,1x nos dois anos seguintes.
A empresa possui uma capitalização de mercado de €149,2 bilhões, um valor empresarial de €305,3 bilhões e um rendimento de dividendos de 3%. O desempenho tem sido misto: alta de 5,3% no acumulado do ano, mas queda de 10,7% em seis meses.
Os riscos permanecem elevados. A reação inicial do mercado destacou a ameaça percebida, mas a exposição da Deutsche Telekom ao crescimento móvel dos EUA através da T-Mobile, combinada com as barreiras técnicas e financeiras que a Starlink enfrenta, sugere que, por enquanto, a relação entre as duas permanecerá mais cooperativa do que competitiva.