Investing.com - Conhecido pela estratégia de buscar dividendos de ações, Luiz Barsi acredita que ter foco é um fator importante para fazer para ter uma carteira previdenciária eficaz. O investidor, um dos maiores do Brasil, falou sobre estratégia de investimentos nesta quarta-feira (28) em evento do BTG Pactual (BVMF:BPAC11).
"Tudo é questão de você desenvolver um foco, o meu era ter uma carteira previdenciária mensal. Mas para isso eu preciso estabelecer uma prioridade e foco. Isso é prioridade. Se eu quero uma carteira, por quê eu iria vender? A partir daí, eu passei a administrar os meus ganhos. A prioridade me ajudou a controlar e acalmar os egos.[...] Por exemplo, se eu posso ter um veículo que me leva e me traga com conforto, por que eu tenho que depositar meu dinheiro para a Mercedes-Benz? O ego faz com que a pessoa entre em um buraco. Eu não quero ser um patrocinador e, sim, ter a minha carteira. Isso não é uma neurose eé uma postura e com ela eu alcanço meu objetivo", explica Barsi.
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Pioneiro na estratégia de dividendos, Barsi aplica a estratégia de renda mensal passiva desde a década de 70, quando iniciou um trabalho de "análise profunda" de empresas que apresentavam resultados eficientes na época. De acordo com o investidor, a estratégia não mudou, mas quem ensina diariamente os próximos passos é o próprio mercado -- o que, segundo ele, ajudou a apostar suas fichas na Klabin (BVMF:KLBN11).
"O que mudaram foram os valores. Na ocasião, nós tínhamos recursos menores que vieram dos dividendos. Existe também um aprendizado do mercado. Nós concentramos nosso direcionamento e buscas por oportunidades sempre no mercado e ele nos ensina coisas incríveis que ninguém quer escutar. Klabin me ensinou que dividendo você ganha por quantidade possuída e não por valor aplicado, o mercado me ensinou isso e eu aplico no projeto", reforça o investidor.
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A filha de Barsi, Louise, também segue os passos do pai na estratégia de busca por proventos. Para ela, muitas das dificuldades de investidores em atingir seus objetivos se deve à falta de preparo adequado. "O primeiro deles é a falta de conhecimento básico de finanças pessoais e o segundo desafio é o mental. E ele tem que passar por diversas 'tentações'. Quando você está na bolsa você escolhe de quem você quer ser sócio e é o que procuramos: boas ações de boas empresas e que pagam bons dividendos e estas situações são atemporais e no Brasil há muitas oportunidades. [...] Ser (BVMF:SEER3) acionista existe também não só momentos que você recebe dividendos, mas momentos que você tem que contribuir com a empresa. Uma relação de parceria que você tem que desenvolver, por isso raramente a gente faz venda. É sempre pensando em qual empresa eu vou me tornar mais sócia", afirma a analista.
Louise também acredita que, dado o cenário de investimentos no país, é preciso ter estratégia para lidar com os obstáculos atuais e chegar ao objetivo no longo prazo. "Hoje, existem influenciadores e um acesso a informações de maneira rápida e, obviamente, para você descobrir o seu perfil de investidor, demanda de prioridade, disciplina e paciência. O que nós fizemos com este projeto de 1970 foi adequá-lo para atual realidade para conscientizar o cidadão brasileiro de que ele precisa usar a renda fixa para tentar manter o seu poder de compra no curto prazo, manter uma reserva de emergência e uma reserva de oportunidade para manter aportes constantes para contribuir para sua previdência", completa.