RIO DE JANEIRO (Reuters) - Dois processos para averigurar irregularidades na Petrobras (SA:PETR4) estão na última fase antes de serem levados a julgamento pelo colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), disse nesta quarta-feira o presidente da autarquia, Leonardo Pereira.
"Há dois processos já com relatores; esses devem ser os primeiros a serem julgados", disse Pereira a jornalistas durante evento na BM&FBovespa (SA:BVMF3).
Mais cedo, a CVM informou em seu site um resumo do andamento de todos os processos abertos pelo xerife do mercado desde 2013 para analisar eventuais irregularidades na estatal.
Quatro foram transformados em processos administrativos sancionadores, quando há uma acusação formulada. Um deles, aberto em 2014, diz respeito à atuação do ex-diretor de relações com investidores da Petrobras, Almir Barbassa.
Um dos processo mencionados por Pereira, de 2015, que está sendo relatado pelo diretor da CVM Pablo Renteria, investiga Guido Mantega, Miriam Belchior, Francisco Albuquerque, Luciano Coutinho, Marcio Zimmermann, Sérgio Quintella, Jorge Gerdau (SA:GGBR4) e José Maria Rangel, todos ex-membros do conselho da Petrobras.
Um terceiro caso tem como alvos Barbassa, os ex-presidentes Sergio Gabrielli e Maria das Graças Foster, o Bradesco (SA:BBDC4) BBI e Bruno Boetger, e analisa proposta de termo de compromisso.
O quarto e último, de 2015, analisa responsabilidade da União Federal, controladora Petrobras, e tem a relatoria do diretor Roberto Tadeu.
Uma das investigações em curso na CVM visa a detectar se o controlador prejudicou os acionistas da companhia ao interferir na política de preços de combustíveis.
Além disso, há processos administrativos, ainda em fase de análise, que investiga possíveis irregularidades da PricewaterhouseCoopers e KPMG, que prestaram serviços de auditoria externa para a Petrobras.
A CVM também mantém outros seis inquéritos administrativos em curso, quando se levanta informações, todos abertos a partir de 2014, que investigam irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, na construção da Refinaria Abreu e Lima, na construção do complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), na contratação da SBM Offshore e na contratação de construção de quatro navios sonda.
(Por Aluísio Alves e Juliana Schincariol)