Investing.com – Os investidores iniciam a semana aguardando a divulgação de dados e relatórios no Brasil e no exterior, que vão dar as diretrizes do mercado para as semanas seguintes. No exterior, a expectativa é para as divulgações da terceira prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre dos EUA na quinta-feira, e especialmente para o índice PCE de inflação de maio no dia seguinte.
O índice PCE é o indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) e geralmente são divulgados com a renda e a despesa do consumidor no período. A expectativa do mercado é de desaceleração no índice cheio e do núcleo do PCE, após dados positivos apresentados pelo Índice de Preço ao Consumidor (IPC) e o Índice de Preço ao Produtor (IPP) no começo deste mês.
Para o PIB, os economistas projetam um crescimento de 1,3% do PIB dos EUA no primeiro trimestre, leitura semelhante à da segunda prévia divulgada mês passado, uma desaceleração em relação à expansão de 3,4% do trimestre anterior. Por outro lado, a expectativa é de uma leve alta da renda e dos gastos pessoais.
No Brasil, a expectativa é para a divulgação de dados fiscais e de política monetária, além da prévia da inflação oficial de junho. As incertezas em relação à trajetória das políticas fiscais e monetárias - que afetaram negativamente o Ibovespa, a cotação do dólar e da curva de juros brasileira- vão prosseguir nessa semana.
Amanhã (25) será conhecida a ata da última reunião do Copom, quando o colegiado manteve a taxa Selic em 10,5% ao ano, o que interrompeu o ciclo de cortes iniciado em agosto do ano passado. Na quarta-feira, será a vez de o Ministério da Fazenda divulgar o Resultado do Tesouro Nacional de maio e o Relatório Mensal da Dívida Pública, além do IPCA-15 de junho, com expectativa de aceleração dos preços, com avanço acima de 4% na base anual.
Na quinta-feira, o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que será divulgado pelo Banco Central e com entrevista coletiva com o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, e o diretor de Política Econômico, Diego Guillen, terá um enfoque dos investidores em relação à projeção da taxa neutra de juros da economia brasileira. A taxa neutra é a que estimula o crescimento econômica sem provocar aceleração da inflação. Atualmente em 4,5%, de acordo com o último RTI, a taxa neutra de juros é constantemente revista pelos economistas, com previsões que chegam a apontar elevação para 6% ao ano.
Mercados
Às 9h23 (de Brasília), o Ibovespa Futuros apresentava leve baixa de 0,08% a 123.042 pontos e o dólar hoje operava estável a R$5,4297. Os índices futuros de Wall Street operavam mistos, com Nasdaq 100 Futuros recuando 0,01%, S&P 500 Futuros avançando 0,15% e o Dow Jones Futuros com alta de 0,32%. Mercados asiáticos fecharam mistos, com as bolsas da China fechando nas mínimas de 4 meses após dados internos negativos, enquanto as praças europeias operam em alta.
O Petróleo WTI Futuros, referência nos Estados Unidos, subia 0,24%, a US$80,92, enquanto o Petróleo Brent Futuros, referência mundial, ganhava de 0,3%, a US$84,58. "Os operadores [estão] avaliando o apetite por risco nos mercados mais amplos, diante da escalada de ataques a navios nas proximidades do Iêmen", avalia a Guide Investimentos em relatório a clientes.
Os dados negativos chineses derrubaram a cotação do minério de ferro junto com um dólar mais forte no exterior, "em meio a preocupações de que a China enfrentará desafios para solucionar sua crise imobiliária e devido à oferta global abundante", segundo a Guide. O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com queda de 3,11%, a 795,5 iuanes (109,55 dólares) a tonelada, seu nível mais baixo em 2 meses e meio.
As ADRs da Vale (NYSE:VALE) estavam com leve baixa de 0,09%, a US$11,24, e as da Petrobras (NYSE:PBR) subiam 0,49%, a US$14,16.
Agenda do dia
Roberto Campos Neto — Despachos internos em São Paulo.
Luiz Inácio Lula da Silva — Sem agenda oficial.
Fernando Haddad — Reuniões com secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, às 09h30. Reunião com secretário especial do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, às 11h00.
Notícias corporativas
Ambipar - A Ambipar (BVMF:AMBP3) realizou a terceira emissão de debêntures da Ambipar ESG no último dia 18, quando foram captados R$ 1,2 bilhão em oferta pública. A operação deve ser liquidada na terça-feira, 25. Os recursos captados serão usados para reposição de caixa, refinanciamentos, pagamentos futuros e gestão de passivos, de acordo com documento da operação. Os papéis terão prazo de 5 anos, com remuneração do CDI mais uma taxa de 2,75% ao ano.
Aeris - A Aeris (BVMF:AERI3) quer focar na importação de equipamentos para atender à demanda da transição energética no Estados Unidos e na União Europeia (UE), segundo o diretor financeiro da empresa, José Azevedo, em entrevista à Agência Estado. O executivo avalia que incentivo à exportação e leilões podem aliviar crise das eólicas.
Mills - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou na quarta-feira, 19, a compra da JM Empilhadeiras pela Mills, empresa de locação de equipamentos, que também são utilizados no agronegócio. A aquisição inclui a compra dos ativos, assim com todos os contratos vigentes da JM, por R$ 279,5 milhões, divulgou a empresa, em nota.
Americanas - A Americanas (BVMF:AMER3) teve um crescimento de mais de 30% nas vendas gerais entre os dias 7 e 12 de junho, período de compras do Dia dos Namorados. As regiões Norte e Nordeste foram as que mais se destacaram, com crescimento de 41% e 39%, respectivamente.
Sabesp (BVMF:SBSP3) - A companhia estatal paulista de saneamento básico divulgou na sexta-feira a noite o prospecto preliminar para a operação que a tornará privada, com uma oferta base de 191,7 milhões de ações e um lote suplementar de 28,8 milhões de ações. O governo do Estado de São Paulo pode levantar até 16,5 bilhões de reais com a oferta pública. O preço será definido apenas em 18 de julho. Entre os investidores interessados na oferta de ações da Sabesp, estão a empresa de saneamento Aegea e a Equatorial Energia (BVMF:EQTL3), informaram nesta sexta-feira três fontes à Reuters.
Vamos (BVMF:VAMO3) - A locadora de caminhões, máquinas e equipamentos realiza a 11ª emissão de debêntures da empresa nesta semana, com expectativa de captar R$ 1,05 bilhão. Os papéis terão prazo de 5 anos e os recursos captados vão ser usados para capital de giro, gestão de caixa e reforço de liquidez, entre outros fins. Em outra emissão de debêntures do ano, a Vamos captou R$ 500 milhões em oferta anunciada em janeiro.
Smartfit - A Smartfit (BVMF:SMFT3) está em negociações para uma potencial aquisição da rede de estúdios fitness de spinning e estúdios voltados ao treinamento funcional Velocity, segundo comunicado ao mercado da rede de academias enviado no domingo à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A companhia afirmou ainda que "está constantemente avaliando oportunidades e potenciais investimentos alinhados com sua estratégia".
EDP Brasil - A companhia elétrica portuguesa EDP (BVMF:ENBR3) deverá investir 4,5 bilhões de reais no segmento de distribuição de energia no Brasil no período de 2024 e 2026, disse a empresa nesta segunda-feira.
Localiza - A Localiza (BVMF:RENT3) anunciou no final da sexta-feira que seu conselho de administração aprovou a autorização do crédito e pagamento aos acionistas de juros sobre o capital próprio no valor bruto de 422,67 milhões de reais.
Magazine Luiza - O Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) comunicou nesta segunda-feira que fechou um acordo com a plataforma de marketplace Aliexpress para a listagem e venda de seus produtos em ambos os marketplaces.
*Com Reuters e Estadão Conteúdo
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