Investing.com - As ações da Ecorodovias (SA:ECOR3) operam com valorização de 1,15% a R$ 9,65 no início da sessão desta quarta-feira na bolsa paulista. A empresa anunciou ontem, depois do fechamento dos mercados, que seu lucro de julho a setembro somou R$ 94,7 milhões, uma queda 24,1% ante mesma etapa de 2017.
Na avaliação da Mirae Asset, o resultado ficou acima das expectativas, mesmo tendo sido impactado pela queda de veículos leves e com o impacto da não cobrança de eixos suspensos de caminhões. Apesar disso, houve aumento no endividamento líquido e os analistas esperam que a recuperação de fluxo nos pedágios ao longo de 2019, bem como negociações como os governos estaduais de São Paulo e do Paraná, para reequilibrar o contrato de concessão.
A recomendação segue de compra, com upside de 8%.
A Coinvalores destaca que, a exemplo da CCR (SA:CCRO3), a Ecorodovias sofreu com a decisão, pós-greve dos caminhoneiros dos governos estaduais que ainda permitiam a cobrança do eixo suspenso, de proibi-la. Os analistas destacam que a perda de receita incorrida nesse e nos próximos trimestres terão de ser reparadas pelo poder concedente de alguma forma.
Com isso, a corretora entende que, operacionalmente, o resultado da companhia não trouxe grandes surpresas. O lucro veio mais pressionado por conta do resultado financeiro. A dívida líquida da empresa teve um aumento de 10,3% em um ano por conta dos investimentos e aquisições.
A companhia ainda anunciou o pagamento de dividendos no valor total de R$ 0,3493 por ação para os acionistas posicionados ao final do pregão do dia 5 de novembro. Ou seja, papéis ficam ex na terça que vem. O yield é de 3,6% e o pagamento será em 16 de novembro.
Balanço
A administradora de concessões de infraestrutura Ecorodovias teve queda nos principais indicadores do terceiro trimestre, refletindo a isenção da cobrança de pedágio do eixo suspenso de caminhões definida pelo governo federal.
A receita líquida pró-forma no trimestre ficou estável no comparativo anual, em 629,8 milhões de reais. Mas o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) caiu 3,1 por cento, a 442,2 milhões de reais, também pró-forma. A margem Ebitda recuou 2,3 pontos percentuais, para 70,2 por cento.
A Ecorodovias atribuiu a queda no resultado principalmente "à queda de tráfego em função do impacto da não cobrança dos eixos suspensos dos caminhões que será objeto de reequilíbrio contratual". A medida foi uma consequência da greve dos caminhoneiros, que paralisou o país na segunda metade de maio.