Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - A Ecorodovias (SA:ECOR3) registrou crescimento do tráfego nas principais rodovias por ela administradas no quarto trimestre, mas uma grande baixa contábil levou a operadora de concessões de infraestrutura ao prejuízo.
A companhia anunciou nesta quarta-feira que teve prejuízo de 630,7 milhões entre outubro e dezembro, ante lucro de 79,2 milhões no mesmo intervalo de 2019.
A última linha do resultado foi afetada por uma baixa contábil de 616 milhões de reais que referente ao contrato de concessão do Ecoporto Santos, que não foi prorrogado. A companhia havia há anos que contava com a prorrogação do contrato por mais 25 anos, mais o Ministério da Infraestrutura negou o pedido.
Em termos recorrentes, a Ecorodovias teve lucro de 55,3 milhões de reais no trimestre, ainda assim uma queda de 39,2% ano a ano, afetada pelos efeitos da pandemia da Covid-19.
O tráfego consolidado de veículos cresceu 2,8% com o início da cobrança de pedágio na Ecovias do Cerrado. Assim, a receita líquida pró-forma atingiu 831,8 milhões de reais, alta de 3,5%.
Isso refletiu o maior movimento de veículos pesados na Ecovias dos Imigrantes, Ecocataratas e Eco050, impulsionado por expansão das exportações de soja e celulose.
Mas isso não foi suficiente para compensar perdas com o tráfego dos veículos de passeio. Em termos comparáveis o tráfego nas rodovias caiu 1,7%.
Com isso, o resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) pró-forma totalizou 550,1 milhões de reais, queda de 7,1%, com a margem recuando 7,6 pontos percentuais, para 66,1%.
Os custos operacionais e despesas administrativas somaram 744,2 milhões de reais, queda de 6,2% devido principalmente à redução do custo de construção, provisão para manutenção, depreciação e amortização.