Trump diz que se reunirá com Lula na semana que vem
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta terça-feira, com Petrobras e Itaú entre os principais suportes, tendo renovado máxima após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que teve uma "boa conversa" com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que irá se reunir com o brasileiro na próxima semana.
Por volta de 12h30, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,98%, a 146.536,48 pontos, chegando a 146.886,44 pontos no melhor momento, superando o topo intradia registrado na semana passada. O volume financeiro nesta terça-feira totalizava R$6,86 bilhões.
Em discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas nesta terça-feira, Trump disse que passou por Lula após o brasileiro discursar, dizendo que ambos se abraçaram e falaram rapidamente. "Tivemos uma boa conversa, e concordamos em nos reunirmos na semana que vem", disse. "Ele pareceu ser uma pessoa muito boa."
"Isso deu um impulso adicional", afirmou o responsável pela área de renda variável da Criteria, Thiago Pedroso, ponderando, contudo, que a bolsa já vinha com tendência positiva, endossada pelo movimento dos títulos do Tesouro norte-americano e pelo avanço do petróleo no exterior.
Pedroso ponderou que é um pouco do estilo de negociação de Trump, "ele bate e depois tende a amenizar as falas", e que apesar da reação nos mercados -- dólar ampliou a queda ante o real e as taxas dos DIs ampliaram o recuo -- é difícil avaliar até onde esses comentários podem ser bons para o Brasil.
Na visão de Pedroso, a grande questão para os EUA é sobre o alinhamento ideológico e geopolítico, e Lula e o PT parecem não querer ceder muito. No mesmo discurso, citou, Trump afirmou que o Brasil só poderá se dar bem quando trabalhar com os EUA. "É isso o que ele espera", disse.
Na ONU, Lula disse que a soberania brasileira é inegociável e criticou medidas unilaterais impostas ao país e ataques ao Poder Judiciário brasileiro. Também afirmou que a imposição de sanções arbitrárias está se tornando constante e que os ideais que inspiraram a criação da ONU estão ameaçados.
Investidores da bolsa paulista também repercutiam nesta sessão a ata da última reunião de política monetária do Banco Central no Brasil, enquanto aguardam discurso do chair do Federal Reserve, Jerome Powell.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN valorizava-se 1,5% e PETROBRAS ON mostrava acréscimo de 1,91%, acompanhando o comportamento dos preços do petróleo no exterior, onde o barril sob o contrato Brent subia 2,22%.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançava 1,64%, em dia mais positivo no setor, com BRADESCO PN subindo 1,18%, BANCO DO BRASIL ON em alta de 2,05% e SANTANDER UNIT com elevação de 0,97%.
- VALE ON subia 0,1%, em dia de queda dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian fechou com declínio de 1,23%.
- COSAN ON subia 3,91%, após tombo de 18% na véspera, na esteira do anúncio de uma capitalização bilionária, que busca otimizar a estrutura de capital e fortalecer a governança do grupo, mas representará uma forte diluição para acionistas. RAÍZEN PN recuava 0,84%.
- YDUQS ON perdia 1,18% após anunciar a saída do vice-presidente de Estácio e Wyden e reconfiguração da estrutura das duas marcas de ensino de forma segmentada por canais de operação. Foram criadas as vice-presidências de Operações Próprias e de Operações Parceiras.
- LOJAS RENNER ON caía 1,35%, na contramão da rival C&A ON, que subia 0,98%. Analistas do Citi abriram um monitoramento de 30 dias para possíveis catalisadores negativos para a ação, considerando o potencial de desempenho abaixo do esperado no terceiro trimestre.
- MBRF recuava 1,47%, no primeiro pregão após a conclusão da incorporação da BRF pela Marfrig, que cria uma das maiores companhias de alimentos do mundo.
(Por Paula Arend Laier)