SÃO PAULO (Reuters) - A EDP (BVMF:ENBR3) Brasil analisou a compra da distribuidora de energia em Goiás, colocada à venda pela Enel (BIT:ENEI), e decidiu que não tem interesse em continuar no processo, disse nesta quinta-feira o CEO da companhia, João Marques da Cruz.
"É nossa obrigação analisar toda oportunidade... Entendemos na análise que no atual contexto do processo... Declinamos e não temos interesse", afirmou, durante teleconferência para comentar os resultados trimestrais.
"A conclusão é que tem alguns riscos, cujas ferramentas que nós temos não são as melhores para mitigação... não é (ser) conservador, é o modelo EDP de gestão", acrescentou o vice-presidente de distribuição da EDP, Luiz Otavio Henriques.
A Reuters reportou neste mês que elétricas controladas por grupos internacionais de energia haviam desistido de apresentar ofertas pelo ativo, sendo que as brasileiras Equatorial Energia (BVMF:EQTL3) e Energisa (BVMF:ENGI4) eram as duas únicas ainda interessadas no processo, segundo as fontes.
Os executivos comentaram ainda que a companhia mantém sua intenção de participar de uma eventual privatização da Celesc (BVMF:CLSC4), distribuidora catarinense na qual a EDP possui cerca de 30% do capital e integra comitês do conselho de administração.
"Estamos fazendo o dever de casa, preparamos para quando e se as coisas acontecerem", disse Henriques.
Já em relação à venda de participações em usinas hidrelétricas, o CEO da elétrica reiterou que não há pressa em fechar transações.
"O processo está aberto, não estamos fazendo nada ativamente para que haja uma venda imediata... Está demorando o tempo que o mercado demorar para dar o justo valor que pretendemos (pelos ativos)", explicou.
(Por Letícia Fucuchima)