RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente da Eletrobras (SA:ELET3), José da Costa Neto, confirmou nesta terça-feira que a estatal contratou um banco para vender ativos de sua subsidiária Eletrosul, após a Reuters publicar reportagem sobre o assunto na segunda-feira.
Ele disse ainda a jornalistas, durante evento no Rio de Janeiro, que o processo de venda está em fase preliminar.
Questionado, Costa Neto não citou o nome da instituição financeira contratada.
A Reuters reportou, com base em duas fontes com conhecimento da situação, que a Eletrobras contratou o Credit Suisse para prestar consultoria na venda de uma concessão de transmissão e usinas de energia eólica da Eletrosul.
"A Eletrobras tem um plano diretor de negócio e gestão com diretrizes básicas e cada empresa faz seu plano de gestão e contrata as consultorias e bancos para fazer esses estudos", disse Costa Neto.
Ele acrescentou que a eventual venda envolverá ativos "que não sejam considerados estratégicos".
A Eletrobras tem um plano de investimentos de cerca de 50 bilhões de reais para os próximos cinco anos, uma média de 10 bilhões de reais por ano, disse o presidente, que não descartou que o investimento seja até mesmo um pouco maior.
O presidente da estatal, no entanto, disse que investimentos na eventual compra de ativos de transmissão da espanhola Abengoa, que enfrenta dificuldades financeiras e parou todas as obras no Brasil, não serão uma prioridade para a Eletrobras.
A chinesa State Grid admitiu interesse nos ativos, e notícias na imprensa apontam que o fundo canadense Brookfield (SA:BISA3) poderia se juntar a Furnas, da Eletrobras, para apresentar uma proposta.
"Não está descartado... mas não é uma prioridade do grupo. Não tem a solução do que vai ser feito, se vai vender, se vai relicitar ou outra alternativa... Teve gente que procurou Furnas para entrar no negócio. Tudo conjectura... estamos sendo muito seletivos nos nossos investimentos", complementou.
LEILÃO DA CELG
O presidente da Eletrobras afirmou que é esperada para abril a publicação do edital do leilão de privatização da distribuidora de energia Celg-D, de Goiás, o que permitiria que o certame acontecesse em maio. A Eletrobras controla a companhia, que tem como sócio minoritário o governo de Goiás.
Segundo ele, o edital, originalmente previsto para fevereiro, tem atrasado para atender a demanda de potenciais investidores que têm demonstrado interesse em disputar a elétrica goiana.
"Os interessados têm pedido mais prazo para fazer mais análises... e é claro que o momento atual (de crise política) temos que levar em conta, mas vemos o interesse de alguns grupos (em participar mesmo diante desse cenário)", disse Costa Neto.
(Por Rodrigo Viga Gaier)